terça-feira, 26 de abril de 2011

Exposição Ruin'Arte na Arte na Linha

Mais uma vez fui honrado com o convite de uma instituição de peso... desta vez estarei presente no Estoril, mais precisamente na Arte na Linha, Av. Marechal Carmona, 11 , junto ao Casino do Estoril, dia 29 pelas 19h... conto com a vossa massiva presença e apoio incondicional a esta causa que é de todos nós... até lá...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Restaurante Boa Viagem - Alto do Jamor

Já tinha fotografado este edifício há muito tempo, embora o tenha revisitado recentemente para melhorar as condições de LUZ ... e que LUZ... desta vez tive a sorte de ser contemplado com a melhor disposição do S. Pedro, o que contribuiu  em muito para a minha...
Por aqui passo praticamente desde que nasci e desde sempre que me lembro de o ver abandonado, e desde miúdo que perguntava aos "mais velhos" o que foi este edifício? O que aconteceu e porque é que não é de reaberto? Aproveitando toda a sua estrutura e condições geográficas, teria todos os condimentos para ser bem sucedido... 
Após muito ter pesquisado na internet, nada consegui saber a seu respeito, e por isso o mantive em "banho Maria" até hoje... finalmente fui elucidado por um simpático leitor que me acendeu a primeira LUZ... estava identificado o arquitecto, a partir daí foi mais fácil continuar a minha pesquisa e com a ajuda da Dra. Filomena Rocha, da CM de Oeiras consegui reunir mais alguns elementos...
Finalmente ao fim de quarenta e quatro anos acordei mais um fantasma, era um dos maiores enigmas desta ruinosa aventura...
Como todos os edifícios abandonados, este é mais um que encerra histórias há muito esquecidas e pretendo com estas reportagens ressuscitar o seu passado, quem sabe encomendar-lhes o futuro... por vezes são criados mitos à volta destes lugares e que lhes dão uma falsa fama, este é conhecido por ser assombrado e é praticamente desconhecida a sua mundana e curta existência. Por mais que tivesse indagado, nunca consegui sequer saber o seu verdadeiro nome, tendo-me sido adiantadas pistas que mais me afastaram do bom rumo da pesquisa.
Trata-se do "Restaurante Boa Viagem", localizado na Quinta da Boa viagem, no alto do Jamor, na convergência da Av. Marginal com a auto estrada de Monsanto. Foi edificado em 1948, nos terrenos pertencentes ao engenheiro agrónomo Vasco Alcobia. Foi traçado por o arquitecto João Faria da Costa, e perfeitamente integrado paisagisticamente em todo o ambiente circundante.
Fazendo parte do plano urbanístico do complexo do Jamor, completando-o com uma estrutura de apoio dedicada à restauração e à venda de produtos agrícolas, conforme é mencionado na sua memória descritiva. Terá sido por isso um dos pontos com maior protagonismo social desta zona, uma vez que era um local onde as multidões que por aqui se aventuravam, mais cedo ou mais tarde teriam que por aqui passar para um inevitável repasto.
Não consegui apurar quem o explorou ou quando fechou as portas... conto com os vossos testemunhos para enriquecer esta história...
Pelos registos  das minhas mais longínquas memórias, creio que tenha sido encerrado entre finais dos anos sessenta e o início dos anos setenta, e desde então que o desperdício e a nostalgia aqui se instalaram num cenário de continua decrepitude que certamente contribuíram para a sua assombrosa fama.

A sua arquitectura, magistralmente concebida com a traça característica do período do Estado Novo, foi idealizada privilegiando-o pela fenestração com uma luminosidade sem par, aproveitando a orientação solar e brindando-o com uma vista sobre a barra do Tejo, o que o torna num dos mais atractivos edifícios da zona.
A qualidade de construção que aqui foi empregue garantiu a sua segurança ao longo dos anos. Por ter sido exposto a todo o tipo de intempéries naturais , sem deixar de referir o saque de todo o seu interior a que durante décadas esteve sujeito, seria de esperar uma deterioração  muito maior.
Embora nunca tenha frequentado este local, não me foi difícil imaginar alguns acontecimentos sociais que decerto aqui tiveram lugar. O salão com paredes adornadas por os azulejos tipicamente lusitanos, terá sido palco de românticos jantares à luz de vela enquanto o Sol se punha no horizonte... quase que se consegue ouvir as crianças que há mais de quatro décadas brincaram nos baloiços que ainda balançam corroídos pela ferrugem ao sabor do vento... quantas mais memórias aqui estão adormecidas??

A sua estrutura está quase incólume e com uma boa operação de cosmética poderia ser reabilitado sem grandes investimentos, e segundo soube, está em marcha um plano de urbanização desta encosta que inclui a sua integral recuperação... parece que finalmente vou ter a oportunidade de o visitar e desfrutar desta jóia perdida no tempo... até que enfim...

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