Meus caros amigos, confrades, compatriotas e fieis seguidores...
Como já sabem, este projecto tornou-se numa causa que não consigo abandonar...há muito trabalho pela frente, muito território para desbravar, muita história para escrever, muitos fantasmas para acordar...
O Ruin'Arte começou por ser um projecto modesto, à minha medida, sem pretensões e com um relativo empenho, só que acabou por ganhar uma dimensão que se adivinha ser cada vez mais gigantesca, uma causa nacional que merecia ter um movimento cívico, político, militar...uma revolução!!!!
Em nome da nossa liberdade conquistada pela tenacidade de um povo que fez história no mundo, deveríamos todos tomar medidas radicais para inverter a derrocada de toda a herança que os nossos antepassados com esforço edificaram...
Por motivos culturais, sociais e económicos todo este património deveria ser defendido com o mesmo empenho com que todos os portugueses defendem a nossa bandeira, com o mesmo patriotismo que apoiam a selecção de futebol...
É urgente sensibilizar as nossas consciências para este descalabro que assola o nosso amado País, a história está em risco de ser apagada, a perda do património é irreversível, os danos serão vitalícios...
Embora tenha o apoio de alguns seguidores e amigos que indubitavelmente me reconfortam o ego, acabo por me sentir um pouco só nesta luta titânica...não consigo ter os apoios necessários que me permitam continuar este trabalho com a dedicação que precisa e merece...
Neste espaço que pode ser considerado um sítio de fotografia, é também relacionado com arquitectura, história, política, arte, sociologia, antropologia, património, um pouco de filosofia barata e por vezes alguma boa disposição...
Uma vez que sou originalmente fotógrafo de publicidade e arquitectura e tenho abdicado do meu modo de vida para poder realizar este projecto, vou ter de ou abandoná-lo ou conseguir viver dele para poder cumprir os objectivos a que me proponho...
EDITORES E GALERIAS... MECENAS PROCURAM-SE !!! (dão-se alvíssaras) ;-)~
Necessito de apoio logístico e financeiro para cobrir todo o nosso território. Fazer um levantamento a nível nacional é um investimento que não posso suportar sózinho, além das despesas inerentes a essa demanda, tenho que cumprir com as minhas obrigações pessoais e que são inadiáveis, senão tenho de "fazer-me à vida"...
Tenho tentado recorrer a mecenas e patrocinadores, todos os dias faço infrutíferos contactos com galerias, editoras, comunicação social, empresas de construção e reabilitação, hotelaria, gasolineiras, associações de defesa de património, fundações várias...
As galerias costumam-me pedir curriculum artístico, à espera que tenha exposto em Paris, Nova York ou Serralves...condição sine qua non poderão aceitar um novo "talento" como artísta comprovado...
O Ministério da Cultura só tem programas de apoio a causas culturais duas vezes por anos, o IGESPAR fugiu de mim a sete pés, o arquivo de Sacavém está mais teso do que eu, as câmaras municipais puseram-me um número de processo e de vez em quando mudam-me de secretária...
As editoras pedem-me patrocinadores, as gasolineiras estão secas, outras empresas só patrocinam crianças desfavorecidas e a maior parte nem sequer responde...
A pesquisa histórica exige a consulta de várias fontes para poder ser corroborada com veracidade, são necessários telefonemas, emails, arquivos, sites, bibliotecas, muito tempo e paciência...
As deslocações são pagas a peso de refeições e gasóleo e mais tempo ainda, (que poderia ser aproveitado para facturar)...
As reportagens exigem pesquisa, condições de luz, autorizações e /ou invasões de propriedade, riscos de assaltos e derrocadas...
A edição fotográfica absorve-me mais neurónios e horas do que os meus filhos...
Os meus filhos, além dos monumentos que aqui foquei, são sem dúvida o meu maior património e é em parte por eles que me tenho dedicado a esta causa, sei que são o meu futuro e a continuidade da "minha espécie", representam também tal como todos os outros jovens, o futuro de Portugal...
Por eles, Mafalda, Marta e Dinis e por todos nós, quero-vos continuar a presentear diariamente com as ruinosas aventuras neste País à beira mar abandonado...não posso parar este projecto que já leva mais de ano e meio de dedicação e me parece ser único no seu género...
Aqui foram reveladas histórias à muito esquecidas, foi mostrada cruamente uma realidade que a todos diz respeito, foram partilhadas experiências inesquecíveis para todos nós...são um misto de legado pessoal e de Portugal...
Deveria ser uma aprendizagem inata para todos os portugueses, saberem o hino nacional, ter orgulho na nossa linhagem, terem vivas as memórias da nossa cultura ancestral, habituei-me a conviver com tudo isso desde que nasci e nunca tinha percebido que estes delicados assuntos passam despercebidos à maior parte da população e classes políticas...sempre aconteceu através dos últimos séculos...
A história serve em parte para nos ensinar e recordar como nos portamos através dos tempos, muitos ensinamentos podemos tirar se lhe prestarmos alguma atenção...
Se observarmos os novecentos anos de história que orgulhosamente recordamos através de heróis e mártires, reis e imperadores, conquistas e hercúleos feitos, cientistas, diplomatas, artistas, poetas, "enormes grandezas" nunca dantes igualadas...
Poderíamos com facilidade dar a volta a todas as crises financeiras, culturais e sociais. Se pusessem em prática algumas leis que os primeiros reis da dinastia afonsina tiveram a sensatez de aplicar ter-se-ia já reabilitado muito património, fixado populações, dinamizado a economia, aplicado severas multas e castigos aos corruptos e gatunos que se aproveitam do erário público...
D. Afonso Henriques foi o primeiro a defender o direito à diferença cultural e a atrair povos de outros países, conseguindo desse modo fixar populações, incentivou-as também fiscalmente através de forais e privilégios conseguindo desta maneira granjear respeito internacional, o que consolidou o seu poder. Soube também e muito bem, outorgar as conquistas a sul às ordens religiosas e a exércitos particulares, o que lhe permitiu alcançar as metas que não conseguia sozinho atingir ...é lembrado como O CONQUISTADOR...
Abreviando toda essa dinastia e poupando-vos a uns valentes parágrafos para mais depressa referir como ficou conhecido D. Fernando I, O Formoso, O Belo, O Inconstante ou O Inconsciente, mas que foi suficientemente lúcido para aplicar a lei das sesmarias, colocando assim todo o País a produzir... todos os campos tiveram que ser cultivados e os vadios foram postos a trabalhar, com pena de serem confiscados ou presos (os vadios)... sábio rei...
Se os nossos governantes se lembrassem da segunda dinastia poderiam aprender o que se pode fazer com muito trabalho, ciência, coragem, inteligência, dinamismo e tecnologia de ponta... (iríamos todos novamente além mar, e com estilo)...
Outra lição também se pode tirar desta epopeia... no fim foram vítimas da opulência, ganância de poder, fausto, consumo desmedido de uma riqueza efémera que os conduziu à decadência política, social e económica... e acabou em Alcácer Quibir...
O que nos vitimou novamente com nosso eterno sebastianismo...ainda hoje esperamos milagres nas manhãs de nevoeiro...
Outra memória indelével é a ocupação filipina...foram sessenta anos de atraso e repressão que acabaram com pesadas perdas que ainda hoje têm cicatrizes bem marcadas...saiu-nos caro esse episódio... muitas vidas se perderam, terras e negócios, rotas comerciais, alianças e inimigos políticos, mais guerras...
É porque boa parte do nosso espaço cultural está a ser economicamente conquistado e cobiçado por multinacionais que acabam por ditar a sorte de autênticas pérolas de património arquitectónico e transfomam-nas em enormes mamarrachos... são permitidos todos os golpes baixos que desfiguram a nossa identidade...irónicamente é muitas vezes a sua "salvação", pois a derrocada seria eminente pelo estado a que deixámos chegar esses moribundos edifícios...
Lembro-me de ter visto à muitos anos na televisão um prédio que ia ser demolido na Av. da Liberdade, onde vive hoje o nª245 e tinha tectos pintados por José Malhoa...mais tarde fotografei este prédio para o construtor...e lá estavam no hall o "Zé Malhoa"...foi salvo pelo seu carrasco...irónico, não é??
Tudo isto (muito sucintamente) se passou nos primeiros 500 anos da nossa história...os últimos 400 são mais fáceis de recordar e deixaram cicatrizes ainda mais profundas em alguns casos, deixaram também saudades de um Portugal que foi outrora um belo País à beira mar plantado e um sem fim das melhores referências de quem todos descendemos...os tais egrégios avós, não se deveria por eles levantar hoje de novo o esplendor de Portugal??
A propósito...como seremos recordados pelos nossos netos?? Os decrépitos avós...???
Certamente... tal como o estado em que se encontram todos os palácios, castelos e fortificações, conventos e mosteiros, povoações inteiras, estruturas hoteleiras, igrejas, fábricas, prédios urbanos, rurais, barracas e seres humanos...
...com que tive o privilégio de me cruzar nestes ruinosos caminhos...
Bem hajam e muita LUZ...
quinta-feira, 29 de abril de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Pedido de ajuda urgente
Caríssimos amigos e seguidores incondicionais, Tal como anunciei no último post, irá ser exposta parte desta colecção, porém tenho ainda algumas lacunas que gostava de preencher.
Preciso de identificar e "desenterrar" a história de duas quintas que pretendo expor.
Na Calçada da Picheleira, junto à estação da CP existe uma antiga Quinta que nunca consegui identificar, tendo esgotado todas as possíveis fontes que me poderiam elucidar.
Na R. de Cima de Chelas, há o que resta de um palácio que lhe chamam pátio dos adrinhos...é vago e não me parece que seja o nome original...
Já sabem...quem me souber adiantar pelo menos três elementos que me permitam escrever os habituais posts que sejam minimamente elucidativos será contemplado com uma ampliação...
Preciso de saber o nome, a quem pertenceu e alguma cronologia de cada uma destas ruínas...
Conto com a vossa ajuda nesta demanda que é de todos nós...
Preciso de identificar e "desenterrar" a história de duas quintas que pretendo expor.
Na Calçada da Picheleira, junto à estação da CP existe uma antiga Quinta que nunca consegui identificar, tendo esgotado todas as possíveis fontes que me poderiam elucidar.
Na R. de Cima de Chelas, há o que resta de um palácio que lhe chamam pátio dos adrinhos...é vago e não me parece que seja o nome original...
Já sabem...quem me souber adiantar pelo menos três elementos que me permitam escrever os habituais posts que sejam minimamente elucidativos será contemplado com uma ampliação...
Preciso de saber o nome, a quem pertenceu e alguma cronologia de cada uma destas ruínas...
Conto com a vossa ajuda nesta demanda que é de todos nós...
sábado, 24 de abril de 2010
1ª Exposição Ruin'Arte
No próximo dia 6 de Maio, 5ª Feira pelas 19.30h, terá lugar na Fábrica do Braço de Prata, a 1ª exposição deste projecto, será inteiramente dedicada aos bairros orientais de Lisboa. Conto com a vossa presença, estão desde já todos convidados. Estará patente até dia 30 do mesmo mês...é pena mas foi o que se conseguiu...
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Caminho da Feiteira - Benfica
Já tinha reparado numa pequena casa em ruínas junto à linha de Sintra, em Benfica, nas traseiras da R. da Venezuela, uma das artérias mais importantes deste bairro lisboeta.
Estas casas não são de grande valor patrimonial, antes pelo contrário... as suas traças não são representativas e não constituem propriamente um núcleo urbano que mereça ser defendido como causa cultural.
No entanto representam um desleixo urbano e social que qualquer população deveria ser poupada. Além de emanarem uma decadência que nos atinge a todos como cidadãos lusitanos e europeus, são também um atentado económico e um travão no desenvolvimento deste bairro já tanto castigado pelas sucessivas autarquias que o tutelaram.
Toda esta rua está em ruínas!!! É frequentada por indigentes e toxicodependentes que aqui encontraram refugio.
Interpelei um desses pobres coitados que saía de uma casa abandonada para tentar saber algo mais sobre este arruamento e convidei-me a entrar...
Chamou o "dono" da casa que foi de uma grande amabilidade, deixou-me à vontade para fotografar apenas com o cuidado de não retratar ninguém pelos motivos óbvios... fui também avisado que estavam a consumir e não deveria interromper... ao fim e ao cabo, a maior ruína desta rua são as pessoas que aqui vivem ... lá as casa que se lixem...
Estas casas não são de grande valor patrimonial, antes pelo contrário... as suas traças não são representativas e não constituem propriamente um núcleo urbano que mereça ser defendido como causa cultural.
No entanto representam um desleixo urbano e social que qualquer população deveria ser poupada. Além de emanarem uma decadência que nos atinge a todos como cidadãos lusitanos e europeus, são também um atentado económico e um travão no desenvolvimento deste bairro já tanto castigado pelas sucessivas autarquias que o tutelaram.
Toda esta rua está em ruínas!!! É frequentada por indigentes e toxicodependentes que aqui encontraram refugio.
Interpelei um desses pobres coitados que saía de uma casa abandonada para tentar saber algo mais sobre este arruamento e convidei-me a entrar...
Chamou o "dono" da casa que foi de uma grande amabilidade, deixou-me à vontade para fotografar apenas com o cuidado de não retratar ninguém pelos motivos óbvios... fui também avisado que estavam a consumir e não deveria interromper... ao fim e ao cabo, a maior ruína desta rua são as pessoas que aqui vivem ... lá as casa que se lixem...
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