Já tinha por várias vezes visitado o santuário de N. Sra. de Aires, em
Viana do Alentejo, um monumento faustoso e primorosamente bem cuidado,
devido aos requintados e continuados cuidados que a população lhe
devota, mantendo-o há várias gerações no seu melhor estado de
conservação, sendo um motivo de orgulho para todo o Alentejo... mas não é
obviamente deste feliz monumento que vos vou falar, mas de uma
desgraçada ermida, erigida a poucos metros deste local...
Embora esteja devidamente proposto à categoria de Monumento Nacional, o seu deplorável estado ameaça esta condenada capela a uma eminente derrocada... pois aí vem mais um Inverno que como é costume, castiga severamente estas decrépitas estruturas... espera-se um milagre...
Recentemente, tive o privilégio de a sobrevoar, e observá-la num ponto de vista apenas então possível às almas que subiam aos céus... vislumbrei assim a sua cúpula "ajardinada" com um quase matagal que naturalmente floresceu com as boas graças de S. Pedro.
As inerentes infiltrações desta "floresta", e acrescendo o peso do telhado e do lanternin, conjugando com as rasgadas frestas que dilaceram as paredes deste edifício, temo que quando as autoridades competentes reconhecerem o seu valor e agirem em conformidade, irão "monumentalizar" um escombro...
A sua arquitectura é uma testemunha da globalização de então, o que a torna tão única. A planta é em forma de cruz grega, a cúpula é de inspiração árabe, a fachada é barroca com origem e motivos franco-italianos com sabor português...
É de facto uma jóia que merece tanta atenção e simpatia como a sua vizinha e deveria ser alvo de uma imediata e urgentíssima intervenção, para evitar o inevitável colapso de mais um descurado tesouro.
O seu exíguo interior há já muito que foi despojado de todo o recheio, sobrando apenas vestígios de pinturas murais, e é hoje habitado por um bando de pombos que todos os dias contribuem para a sua degradação...
Mas a sua verdadeira e maior degradação, foi a burocracia e o desleixo a que foi sujeita, o S. Pedro até tem sido brando, com toda a sua clemência e paciência tem feito o seu melhor...
http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2739
Senhora de Aires é um monumento da 2.ª metade do séc. XVIII que merece ser visitado ... é pena que o Santuário não esteja todo recuperado ...
ResponderEliminarTambém tem muito interesse os Ex-Votos em especial os cobrões e as fotos de soldados do Ultramar ...
Relativamente às afirmações de V.ª Ex.ª, continuo sem saber em que se fundamenta para escrever:
ResponderEliminar"com a finalidade de promover e financiar os estudos necessários para o aproveitamento do imóvel, cedendo a esta última entidade(Câmara de Elvas) a sua tutela... o que ainda não foi cumprido..."
É que se trata precisamente do contrário o Forte da Graça foi cedido por esse mesmo "protocolo" à Câmara Municipal, único e último administrador do Forte da Graça, tendo a Câmara aí gasto €600.000 entre fundos próprios e fundos comunitários, após o que o Forte foi abandonado.
Para que a "outra" versão conste aos leitores de V.ª Ex.ª!
Caríssimo Senhor Caldeira Fernandes, se me tivesse deixado um contacto já o teria elucidado...
EliminarSe consultar o http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3771 , que deve ser tomado como a melhor referência em termos de consulta do património, poderá ver bem explícito essa mesma afirmação!
Tive o cuidado de deixar vários links para consultas mais pormenorizadas e esse não estava omitido, era questão de procurar.
Posso também dizer que telefonei para a CM de Elvas que me corroborou a história, além de ter escrito e telefonado ao Estado maior do Exército, na pessoa do sr. general Chambel, e ainda hoje aguardo uma resposta.
Tenho pena que tantas fontes oficiais não andem sincronizadas, mas já nada me espanta neste país...
Continua sem me dizer como conhece a data do protocolo e o protocolo. Quanto à resposta "corroborada" da Câmara de Elvas, V.ª Ex.ª já sabia antecipadamente qual ia ser a resposta.
ResponderEliminarA Câmara de Elvas gastou no Forte fundos públicos próprios e comunitários e depois o Forte foi abandonado.
O Estado Maior do exército não tem sequer dossier, porque o assunto passou para as "mãos" da Câmara, que nada fez pelo Forte da Graça - desde a recuperação camarária de 2002 - até ao Governo demissionário de José Sócrates.
Ou seja, a acreditar na data que V.ª Ex.ª cita, há onze anos que o Forte da Graça passou da esfera governamental para a Câmara de Elvas.
Mas ainda que tudo o que "venderam" a V.ª Ex.ª fosse verdade, há alguma justificação para que a Câmara não tivesse guardado o Forte da Graça???
Todo o Património em Elvas classificado pela UNESCO à excepção do Aqueduto é militar, e tudo a Câmara assume como sendo dela,os três Fortins(objecto de projecto do POCTEP a decorrer) Muralhas, Forte de Santa Luzia (agora museu), antigo Quartel RI8(agora museu) Casa das Barcas (agora mercado), Envolvente do Viaduto e até (imagine-se) a ex-Manutenção Militar usada como parque de máquinas municipal.
Não merece a pena perguntar porque razão o Forte da Graça não seria cedido à Câmara de Elvas...Já foi cedido há 11 anos.
joseluiscaldeirafernandes@gmail.com
Eu provo com fotografia a cedência à Câmara de Elvas!!!
Caríssimo senhor Caldeira Fernandes, como lhe disse, houve um funcionário da CM de Elvas (Manuel Carvalho), que me corroborou a situação burocrática do forte e contou das missivas dirigidas ao PR. Dias depois, tornei a falar com uma funcionária do Dept. de Cultura, que me disse o mesmo.
ResponderEliminarÉ estranha a situação.... no mínimo, e conhecendo o forte como conheci, não vi algum vestígio de investimento financeiro da parte de ninguém...
Por fim, há um cartaz na Porta do Dragão, que diz pertencer ao Exército português...
Apenas escrevi aquilo que observei e tive oportunidade de testemunhar.
Torno a referir que no site www.monumentos.pt ,
que além de ser uma fonte credível e oficial, refere na sua cronologia esta bizarra situação.
Não tenho culpa que as informações que me prestaram estejam erradas, tentei e fiz de tudo para que nada fosse omitido, além de ter corroborado junto às entidades (in)competentes.
Peço-lhe que me envie todas as informações que me ajudem a esclarecer esta situação.
Caro Gastão
ResponderEliminarPelos vistos os seus posts aborrecem as entidades oficiais, o que só demonstra o quanto Ruinarte é útil na sociedade portuguesa. Seja lá quem for a tutela do forte, em vez de falar de protocolos e outras tretas, deve enfiar um saco plástico preto na cabeça de vergonha, eu pelo menos assim o faria e sou funcionário público. O que é certo, é que para fazer monos como a nova faculdade de ciências ali ao Campo de Santana, em Lisboa, ou rotundas por todas as terras do País há sempre dinheiro.
Estou solidário consigo e adorei a capelinha que mostrou, que coisa bonita.
Um abraço
os meus avós eram de Viana, e sempre me disseram que havia uma lenda baseada numa apariçãoi da virgem a um abonado agricultor pedindo para lhe construir uma igreja no local da aparição, como o local eram as melhores terras do agricultor, este começou a construir a igreja um pouco mais ao lado, mas a virgem continuava a aparecer dizendo que nao seria ali mas sim no local onde agora está o santuário.. esta é a lenda contada pela minha avó.
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