Desde o século XVIII que Crestuma era uma espécie de "Meca" industrial onde laboraram várias fábricas, ouvi falar em autênticos monumentos da era industrial e preparei um périplo, decerto encontraria muita lenha para me queimar...
Afinal as expectativas foram excedidas quer nos monumentos que visitei, quer nas histórias que "desenterrei", para não falar na quantidade de fotogénicas oportunidades que com que me deparei...
Hei-de lá voltar, com mais tempo e melhores condições técnicas, pois deixei ainda muito por fazer...Há já algum tempo que estava para visitar Crestuma, na periferia da invicta cidade ... tinha ouvido falar numa antiga fábrica de fiação que merecia pela sua história e arquitectura a visita do Ruin'Arte.
Acabei por encontrar uma outra fábrica de fiação, a A.C. da Cunha Morais - Fábrica de Fitas e Fiação de Algodão.
Que não só pela sua história e arquitectura, mas essencialmente pelos vestígios que se encontram em cada canto desta desgraçada estrutura, a tornaram muito mais interessante.
A quantidade de elementos que ainda estão presentes, dão um ambiente ainda mais romântico a este cenário carregado de memórias, que nos deixa imaginar todo o quotidiano que ali se vivia...
Senti-me como Lord Carnarvon a entrar no túmulo de Tutankamon... esta aventura está para os "ruinólogos" como as escavações de Pompeia estão para os arqueólogos, um autêntico paraíso...
Com os evidentes sinais do tempo, que contrastam com os tempos áureos e a sua triste realidade, esta fábrica é um manancial de memórias pessoais e colectivas de muitas gerações que aqui passaram e deixaram as suas marcas.
É um núcleo arquitectónico de vários edifícios que no seu conjunto proporcionam várias reportagens e todos merecem a devida atenção.
A história desta fábrica remonta ao ano de 1790, onde estava instalada a Fábrica de Verguinha e Arcos de Ferro de Crestuma, que pertencia à Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro .
Ali se fabricava essencialmente e para dar apoio à indústria vinícola, arcos de ferro para pipas e tonéis, sabe-se também que a fundição produziu em tempos objectos utilitários, maquinismos para outras indústrias e até mesmo munições, que forneceram o exército de D. Miguel, o que veio mais tarde a prejudicar o destino desta fábrica.
Em 1825, empregava cerca de 40 almas era uma fundição equipada com a mais avançada tecnologia e dispunha de maquinismos onde ensaiavam técnicas que a colocariam na vanguarda da produção metalúrgica.
Com a derrota das tropas de D. Miguel em 1833, por motivos políticos ligados aos seus proprietários começou o seu declínio, estava então condenada.
A sua estrutura foi então assediada pela Primeira Associação De Indústria Fabril Portuense que pretendia dar continuidade aos antigos projectos.
No entanto o negócio não se concretizou e a exploração nunca mais foi revitalizada pelos donos originais.
Num cenário sócio económico de crise, as dívidas dessa empresa acumularam-se, a fábrica foi finalmente vendida em 1853 e convertida numa fiação
Comecei a visita por um pavilhão que foi um armazém de matéria prima, um espaço sustentado por várias colunas onde ainda restam no chão alguns fardos de algodão iluminados por um radiante sol, que nos transmitem o conforto de uma nuvem e que parece convidar-nos a descansar...
Segui para a tinturaria que me pareceu ser a estrutura mais antiga deste complexo...
... foi palco de inúmeras operações conforme se pode perceber pela sua dimensão e equipamentos, e onde se processavam várias das etapas de fabrico. O laboratório onde se criavam as cores que animariam os novelos saídos daquele espaço, conserva ainda todo o ambiente de trabalho que estes locais exigem, a rigorosa organização dos pigmentos, dos livros e estantes, do mobiliário...
É mais um espaço fossilizado que lentamente se consome pelo tempo...
Os tanques que se encheram de garridas tintas estão agora vazios, o guindaste que cumpria a tarefa levar a sua carga a bom porto há muito que parou, o exausto secador e os fartos fardos são os últimos testemunhos que com toda a eloquência nos contam histórias de trabalho e prosperidade... Ao entrar no edifício principal segui a "linha de montagem" deste complexo fabril, onde estavam as dobadoras e uma enorme caldeira, não faço ideia como seria o processo, mas certamente seria aqui o início da fiação.
As seguintes salas, embora sem vivalma continuam equipadas como se ali trabalhasse um batalhão de fantasmas... Amontoam-se cilindros que deveriam ter contido muitos quilómetros de fio e acabariam por ser reduzidos a novelos e carrinhos de linha...
Noutra sala, há inúmeras máquinas, peças soltas, mobiliário, estantes ainda intactas, e muitas memórias espalhadas aos quatro ventos... qualquer amante de arqueologia industrial sentir-se-ia como uma criança num quarto de brinquedos ao entrar nestas alas...
Na continuação deste percurso entrei num dos mais interessantes pavilhões, infelizmente o telhado há muito que ruiu tendo soterrado toda a maquinaria aqui se encontra, são máquinas de fiação e dobagem da era industrial que qualquer museu gostaria de exibir...
Como um mal nunca vem só, todo o peso causado pelo dito telhado fez abater o chão levando consigo parte deste magnífico espólio...
...embora fosse o local que melhores imagens me poderia ter dado, não quis ir mais longe pela instabilidade do soalho... estava só e seria bastante arriscado, estes locais podem ser perigosos e nada vale mais do que a integridade da minha câmera...
Continuei o caminho e segui para os escritórios da administração, foi outro dos momentos altos desta aventura... este departamento está ainda repleto com todos os documentos, livros de balanço, fichas de empregados, pagamentos, fiscalidade e tudo mais que aqui se tratava...
Parece um misto de mausoléu e escritório, onde todas as respostas para esta hecatombe se poderiam encontrar... por respeito não toquei em nada e aproveitei todas as composições espontâneas para enriquecer esta reportagem...
Todos estes papéis deveriam estar guardados e protegidos, são um riquíssimo património enquanto se mantiverem juntos, contam a vida desta fábrica e de todo o seu pessoal, desde a sua fundação como A.C. da Cunha Morais... é imoral o que aqui aconteceu...
Todas as outras alas desta enorme fábrica foram espoliadas aquando a sua dissolução, o que deixa um grande vazio em todos os sentidos... até que inesperadamente encontrei três colegas "ruinólogos" com que troquei umas amigáveis palavras e bons conselhos, o que sem dúvida animou esta aventura...
Esta unidade industrial, já em 1928 dispunha de uma central de reserva de energia eléctrica que recebia da UEP 100 Kw de potência, que foi substituída em 1934 por outra de 140Kw e chegou a atingir os 148Kw... a sua importância económica e social permitiu-lhe fazer emissões de cédulas para fazer face à escassez de moeda durante os conturbados tempos da primeira república, são hoje objectos de coleccionismo que atingem respeitados valores.
E a visita seguiu para o chalet do engenheiro, anteriormente conhecido como Quinta da Estrela, foi projectada para ser uma fábrica de balões e mais tarde adaptada para residência, o seu projecto é anterior ao do edifício principal, que foi traçado tal como os jardins pelo fundador desta empresa.É mais um local impregnado de nostalgia onde restam algumas memórias em forma de mobiliário e documentos dispersos pelo chão, uma vez mais se encontram ainda objectos que terão sido deixados pelos últimos locatários.
O romantismo desta casa é transposto não só pelo seu estilo e inserção neste núcleo, como também pelos vestígios que ainda dão vida a estas paredes.Aqui viveu Ângelo Mendonça da Cunha Morais, nascido em Luanda no ano de 1897 filho de Joaquim Augusto da Cunha de Morais, um eminente fotógrafo. Herdou do fundador e seu tio, Augusto César da Cunha Morais, os destinos desta fábrica, que por falta de descendência o incumbiu de a gerir.
Ângelo era um homem de craveira intelectual com vocação para filósofo e teve de se fazer engenheiro por exigências familiares, mas nem assim se desviou do seu caminho. Paralelamente ao curso de engenharia, formou-se também em filosofia à revelia dos seus pais.
Considerando-se um republicano de esquerda embora sem filiação partidária seguiu a facção de Afonso Costa e conspirou contra o governo de Sidónio Pais.
Após exaustivas buscas a todos os conspiradores, aqui foram encontrados envólcros de bombas que incriminaram este nosso amigo, o que lhe valeu ser perseguido e preso.
Consta que nesta fábrica existem passagens secretas e esconderijos que o albergaram e a outros foragidos.Impulsionado por Leonardo Coimbra, seu grande mentor, faz-se rodear por um circulo de amigos que o leva em busca de uma verdade suprema.
Ingressa numa loja maçónica e torna-se antideísta, chegando a abordar o espiritismo como forma de alcançar o conhecimento profundo do espirito humano.
Em 1923 chega a ocupar por um curto espaço de tempo, o cargo de presidente de Vila Nova de Gaia. Foi presidente da Secção Algodoeira da Associação Industrial Portuense entre 1930/44.Representou a industria portuguesa do algodão em vários congressos internacionais e foi vogal da Comissão Reguladora do Comércio de Algodão. Mais tarde foi conselheiro de Salazar nos assuntos referentes a esta industria, chegando mesmo a ser convidado a integrar a Câmara Corporativa do estado Novo, embora tivesse declinado.
Já nos anos 60 e à semelhança do seu mestre Leonardo Coimbra, converteu-se ao cristianismo, vindo a falecer em Crestuma no ano de 1968.
Mas a história desta fábrica continuou até 2007, ano em que foi requeria a sua insolvência por dívidas acumuladas à Segurança Social, entre outros credores.... ditando assim o fim de mais de dois séculos de história industrial...
Parabéns pelo artigo e belíssimas fotografias
ResponderEliminarVos photos sont magnifiques, j'adore, je connais cette usine mes grands parents habitaient à coté.
ResponderEliminarvéronique MOURA - FRANCE
Conheço a pessoa que aparece na foto das fichas dos funcionários da fábrica...
ResponderEliminarÉ a ficha que esta por cima.
Neste momento deve ter perto de 90 anos ,chama-se Alberto Guedes Silva e é irmão do avô (já falecido)da minha namorada!
Mora a cerca de 200metros de minha casa!
Parabéns pelo trabalho, está excelente!
Nessa mesma rua existem mais 2 ou 3 fabricas em ruínas, talvez mais recentes mas muito interessantes do ponto de vista histórico e arquitetónico!
A Companhia da Fiação de Crestuma, com paisagens surreais, as fotos do casamento dos meus pais foram lá tiradas á cerca de 30 anos e a Fiação do Vitória onde a minha mãe chegou a trabalhar como tecedeira e que neste momento pertence á uma empresa de fabrico de canoas mas mais de 90% da fabrica encontra-se desocupada\abandonada
Viva Gastão!
ResponderEliminarPARABÉNS!
Mais uma execelente reportagem, desta vez mostra o rosto das almas que ali passaram, trabalharam e viveram.
É impossível decidir as 3 melhores fotografias... mas a 27, a 6 e a 7 estão, citando-o, da "tomatada".
O Ruin'arte é uma marca histórica!!!
Abraço e continuação do excelente trabalho,
MSK
UAU!
ResponderEliminarHoje faleceu a pessoa que reconheci nas fotos que tirou na fabrica AC Cunha Morais, amanha é o funeral...
ResponderEliminarHá coincidências que são mesmo do outro mundo!
Este trabalho é uma homenagem a todos os que aqui trabalharam, em especial a este nosso amigo que tive o prazer de ajudar a perpetuar a sua memória...
ResponderEliminarCom LUZ
Gastão de Brito e Silva
Excelente trabalho, Gastão!
ResponderEliminarIncrivel o que ainda se encontra dentro da fábrica. Um verdadeiro tesouro!! Pena é que se esteja a estragar.
As fotografias estão muito boas! Óptimas!
Gostei do comentário à integridade da camera. Penso igual....
Li alguns dos comentários já editados e achei incrivél a coisidência da morte do senhor da fotografia. Que descanse em paz!
Obrigado, Gastão. Adorei!
Realmente é grande achado arqueológico industrial tiveste muito sorte com esta descoberta!- pelas tuas belas fotos vê-se que ainda o vandalismo não tomou conta esperemos que alguém responsável tome conta deste tão rico património induatrial.
ResponderEliminarSigo com bastante regularidade o Ruin'arte, pela beleza das imagens mas, sobretudo, pela informação que nos transmite acerca do nosso património histórico-cultural deixado ao abandono, algumas das vezes num estado demasiado deplorável. Para além do que nos dá, igualmente, a conhecer apontamentos de uma paisagem , por vezes muito próxima, mas à qual não havíamos prestado a devida atenção.
ResponderEliminarPor tudo isso um Bem Haja pela sua dedicação!
Contudo, permita-me que lhe faça uma sugestão. As fotografias hoje exibidas impõem o estabelecimento de contactos com a Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial, bem como com o Arquivo Histórico da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, dada a importância histórica que os documentos ali existentes detêm para o conhecimento do passado recente daquela comunidade.
Desculpe-me a ousadia, mas custa-me que este seu excelente "grito de alerta" possa ficar "apenas" encerrado nestas nossas trocas de opiniões.
Desejo-lhe o maior êxito na continuação deste verdadeiro espaço de cultura. Nunca desista!!!
C. Coelho
Este passou para o topo dos meus preferidos. Fabuloso! Como é possivel termos tão pouco respeito pelas nossas memórias coletivas?
ResponderEliminarFilomena
Parabéns pelas fotos.Parabéns pelos comentários.Na minha zona existe uma fábrica que,provavelmente,enriqueceria este blogue.Não sei se já conhece mas fica a sugestão para uma visita.Fábrica do Rio Vizela em Vila das Aves.Desejo de muito sucesso.
ResponderEliminarPost absolutamente fabuloso.
ResponderEliminarAbraço
bom dia!tem uma galeria repleta de historia e fotos bem marcantes parabéns....uma coisinha gostava de ter a seu contacto para poder falar lhe...
ResponderEliminarcomprimentos
Há alguma correcção histórica a fazer:
ResponderEliminarA.C. da Cunha Morais, nada tem a ver com a Fábrica de Fiação de Crestuma.
Deixo o meu blogue para que possa aproveitar algo do seu/nosso interesse.
http://castrumia.blogspot.com/
Desconhecia a existência desta fábrica, e fico espantado com a "espólio" deixado para trás, como se todo o conjunto tivesse sido abandonado de um momento para o outro e as pessoas fugido de repente.
ResponderEliminarMas já que anda a explorar a memória industrial da região do Porto, talvez lhe interesse conhecer o que resta da Fábrica de Lanifícios Lordelo, perto de Serralves, que fechou há mais de vinte anos. Não estará em grande estado, mas pode interessar para visitas futuras.
Olá, saudações aos nossos irmãos portugueses, gostei muito das fotos e percebo que vocês se preocupam com o Patrimônio Histórico.Eu sou brasileiro e interesso pelo Patrimônio Histórico e Cultural.Moro em uma cidade do Brasil que foi fundada em 1741 e tombada pelo IPHAN ( Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
ResponderEliminarDeixo o meu blogue para que possam visitar e conhecer o Patrimônio Histórico da minha querida cidade Pilar de Goiás.
http://casadopatrimonio2011.blogspot.com
17 DE JULHO DE 2011 11:36
Confesso que tem muito mais beleza e encanto os edificios em ruinas se desmoronando...deixando o tempo se encarregar deles...Olhando para as paredes e tudo em ruinas, parece que os edificios falam de si, de sua vida, o que viveram, e o que viram. Tnato têm para nos dizer...é só saber ouvir!!
ResponderEliminarRetracto(s) fiel do que é o nosso aparelho produtivo hoje, restos de ontem! Com o texto se conhece os factos, com as imagens sentimos a agonia de toda uma comunidade que definhou com a ruína destes locais, onde se fiava o sustento, é um grito que devemos amplificar, para memória futura, uma herança colectiva com tudo o que têm de mau e simultaneamente de belo, é um magnifico trabalho.
ResponderEliminarAdorvava tirar fotos lá. É facil de encontrar? Parabens pelo seu trabalho.
ResponderEliminarFui um pequeno sócio desta fábrica por herança de meu pai. Augusto César da Cunha Moraes (era assim que se escrevia Morais naquele tempo) foi meu padrinho de baptisado, daí o Augusto no meu nome, mas não me lembro dele, mas lembro-me do irmão Joaquim, já muito velhinho, e de uma irmã cujo nome não recordo. Outra irmã, cujo nome também ignoro casou com o meu bisavô de nome Carlos Affonso e desse matrimónio nasceu o meu avô Carlos de Moraes Affonso. O meu pai ainda chegou a usar o apelido Morais, mas o seu nome era Carlos Teixeira Afonso. Conheci muito bem o Eng. Ângelo Mendonça da Cunha Morais que se encontrava muitas vezes com meu pai. Foi depois da sua morte que a fábrica começou a entrar em declínio até chegar ao estado que as suas fotografias mostram e que me chocou muito porque conheci-a em plena laboração. A Quinta da Estrela era uma maravilha, mas se ainda existe deve estar também em ruínas. Estou de acordo consigo que toda a documentação que ainda existe deveria ser preservada, mas infelizmente não creio que isso venha a acontecer.
ResponderEliminarCaríssimo Carlos Augusto.
ResponderEliminarAs duas Senhoras que se refere eram:
Henriqueta da Cunha Moraes e Maria da Conceição da Cunha Moraes.
Fringosa muito obrigado pela sua informação que me leva a pensar que deve ter qualquer ligação à família Moraes, o que me deixa muito curioso a seu respeito. Agora lembrei-me que cheguei a conhecer a Tia Henriqueta (era assim que a tratávamos) na sua casa em Crestuma, muito pertinho da Fábrica. A Srª. Maria da Conceição, que eu suponho terá sido minha bisavó, creio que não cheguei a conhecê-la, Provavelmente já tinha falecido antes de eu ter nascido ou de ter idade para me poder recordar.
ResponderEliminarSim, era a sua bisavó casada com Carlos Affonso.
ResponderEliminarTiveram três filhos barões, a saber:
Carlos Morais Affonso
Alberto Morais Affonso
Mário Morais Affonso.
Quanto à minha ligação com a família é apenas curiosidade histórica.
Caro Frigosa mais uma vez muito obrigado pelas suas informações.
ResponderEliminarCarlos Morais Afonso era o meu avô, mas morreu muito novo, tinha o meu pai 3 anos.ao que vim a saber de uma peritonite aguda, quando o transportavam de barco da Fábrica para o Porto.
Alberto Morais Afonso conheci quando já vivia em Lisboa. Tinha um neto de nome Gustavo que é muito amigo do meu filho, embora não soubessem que eram primos nem sei em que grau.
Mário Morais Afonso foi o tio de meu pai com quemtive mais convivência. Passava os Natais primeiro na casa da minha avó (Beatriz Teixeira Afonso, a viúva de Carlos Morais Afonso), depois em casa de meus pais e por fim em minha casa, após a morte de meus pais. Aliás foi quando regressava de minha casa à sua em Vila Nova de Gaia que sofreu um acidente no comboio que lhe provocou uma fractura do fémur de que viria a resultar a sua morte.
Aprecio muito a sua curiosidade histórica sobre a família Morais e se lhe puder ser útil, embora o senhor saiba mais do que eu sobre esta família, estou inteiramente ao seu dispor.
Um abraço do
Crlos Augusto
Caríssimo Carlos.
ResponderEliminarObrigado por sua disponibilidade.
Como notou, queria dizer filhos varões.A pronúncia do norte leva a isto.
Um abraço do Francisco dos Santos
Caríssimo Francisco dos Santos
ResponderEliminarEu também nasci no norte, onde vivi no Porto até aos 14 anos, por isso nem notei a troca do v pelo b.
Gostei muito de o conhecer, mesmo que seja só através da Internet.
Um grande abraço do Carlos Augusto
Meu caro Francisco dos Santos
ResponderEliminarLembrei-me agora de outra dúvida que talvez me possa esclarecer. Havia outra prima do meu pai, Maria Rosa Morais Teixeira, com quem tive muita convivência, mas não sei quem eram os seus pais. Sei que tinha uma irmã de nome Carolina, com quem pouco convivi. Se tiver conhecimento destas senhoras agradeço a sua informação.
Outro grande abraço do Carlos Augusrto
Ola. Gostaria de saber como pudeste entrar nesta fábrica, se tiveste alguma autorização, e como aquilo é por dentro. Responda-me se faz favor para este meu e-mail: faby_182_@hotmail.com
ResponderEliminarBeijo
Sou neto da filha de A.c cunha Moraes.
ResponderEliminarA casa que fotografam , chegou mesmo a ser o local da fábrica de baloes, e foi habitada pela minha avó.
Eu proprio estou muito dedicado a saber mais sobre a história desta familia.
Qualquer pessoa, que esteja ligada a esta familia, é bem-vinda, de se apresentar, pois, aos poucos e poucos se juntam pedaços da familia Cunha Moraes , através da minha avó, e ultima descendente viva da familia, Maria Leonor Moraes Bravo.
Agradecido, João Oliveira Bastos
Caro João Bastos, por erro, afirma que é neto da filha de A.C. Cunha Moraes: Augusto César da Cunha Moraes, não deixou descendentes.
ResponderEliminarSim, de facto é um erro.
ResponderEliminarFilha de Angelo Moraes, a minha avó.
Tem um erro, caro autor do blogue. Esta fábrica não produziu os aros ou arcos para as pipas do Vinho do Porto. Era uma outra que mais tarde deu origem à Fábrica de Fiação de Crestuma. Um abraço
ResponderEliminarUma outra correção a fazer, será referir que a primeira fabrica das fotografias fica localizada na freguesia de Lever, sendo que a área industrial que refere abrangia duas freguesias (Lever e Crestuma).
ResponderEliminarHoje fui à Fiação do Vitória tirar umas fotos...
ResponderEliminarO espaço é realmente fascinante... As cores e as texturas são embriagantes, sentem-se as memórias incrustradas naquelas paredes, assim como a tristeza e a angústia de quem um dia deixou aquilo tudo para trás rumo a dias tristes de fome.
Parabéns pelo excelente trabalho. Realmente é uma pena que estes locais estejam completamente abandonados e sem cuidados porque fazem parte da nossa história.
ResponderEliminarJá agora dá para entrar neste local? Gostava de fotografar com modelos lá dentro. Como faço?
Obrigada
Bom dia. Um pequeno comentário. Mas antes felicito-o pela excelente reportagem.
ResponderEliminarPenso estar confundido quando afirma que "A história desta fábrica remonta ao ano de 1790, onde estava instalada a Fábrica de Verguinha e Arcos de Ferro de Crestuma, que pertencia à Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro ".De facto a fábrica de Verguinha e Arcos de Ferro de Crestuma existia mais a montante e foi sobre esta que se fundou a Companhia de Fiação de Crestuma que pertenceu ao clã Pimenta da Fonseca. As duas fábricas coexistiram, de facto, encontrando-se separadas por algumas centenas de metros nas margens do Uíma.
Cumprimentos