terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Aqueduto de Pegões

 
Foi uma ruinosa e desventurada aventura por terras de templários que me levou a este portentoso monumento. Além de constituir um valioso património histórico, é também uma notável obra de engenharia e arquitectura. Pelo seu estado de conservação e por ter sido votado ao esquecimento, mereceu a atenção deste nosso projecto que tentou ressuscitar parte da sua história.
Foi erigido por vontade de Felipe I para abastecer o Convento de Cristo,  e percorre cerca de seis Kms desde Pegões.  A sua construção teve início em 1593 pela traça e supervisão de Filipe Terzi, tendo sido concluído por Pedro Fernandes de Torres em 1614, foi ainda em 1617 ampliado e chegou finalmente ao claustro de D. João III em 1619.
 
Tem a triste sina de ver o seu protagonismo ser ultrapassado pelo Convento de Cristo, e foi esquecido quando deixou de ter utilidade... desde então que tem sido tratado com desconsideração e desinteresse, pois a sua manutenção não é tão rentável como o dito convento...
Por boa parte do seu percurso ser subterrado (de toda a sua extensão apenas cerca de 1350 metros estão acima da superfície) e passar por terras particulares, a sua existência quase passa despercebida. Apenas temos noção da sua grandeza no vale de Pegões, quando somos esmagados pela sua imponência.
 
A sua altura atinge 30 metros neste troço e é suportado por 58 arcos de volta inteira, sobre 16 arcos em ogiva que se apoiam em poderosos pilares, somando 180 arcos em toda a sua extensão. É também neste troço que se encontram duas casas abobadadas com pias de decantação, que têm servido de casa de banho pública, além de serem  continuadamente vandalizados por grunhos que teimam em deixar as suas indeléveis marcas.
O aqueduto era servido por três mães de água que foram a minha principal demanda... As descrições que me fizeram do ambiente destes reservatórios superavam com eloquência qualquer outra perspectiva deste monumento, além de proporcionar mais uma ruinosa aventura na cãopanhia do Edgar... tinha mesmo que as encontrar...
Ouvi falar destas estruturas perdidas e esquecidas, que me fizeram imaginar um imenso reservatório com todo o romantismo e ambiente de aventura que estes locais transmitem, seria a coroa de glória desta reportagem que atempadamente concluirei, pois infelizmente não os consegui encontrar.
Perguntei por todas as populações e bati a várias portas, mas ninguém me soube indicar a localização, acabei por desistir depois de acompanhar o aqueduto em toda a sua extensão e de me ter emaranhado por campos de cultivo e de ter percorrido e palmilhado uns bons Kms de floresta. Dou alvíssaras a quem as encontrar...!!!

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