quarta-feira, 27 de outubro de 2010

11ª Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira

Caríssimos amigos...

Foi uma grande honra ter sido convidado para esta iniciativa. Por esta exposição não ter sido incluída nos concursos da bienal por ter sido considerada "de um artista consagrado", não vou poder aspirar a qualquer prémio ou menção honrosa...é lixado, fazia-me jeito ganhar umas massas, porém o meu ego foi promovido e será uma mediática oportunidade que pretendo aproveitar da melhor maneira...

 Estão desde já convidados para este grande momento do Projecto Ruin'Arte e conto com a vossa presença...
Estarão patentes 40 imagens seleccionadas de uma colecção que já conta para cima de 1200 fotografias de diversos edifícios que fazem parte da nossa história...
O horário da galeria é das 9.30h-12.30h e das 14.00-17.30h, será inaugurada 6 de Novembro e estará patente até dia 12 de Dezembro, na galeria de exposições Augusto Bértholo (Museu Dr. Sousa Martins), Largo do Cais nº3, em Alhandra.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

As Obras do Dr. Bacalhau - Espinhal


Foi mais uma ruinosa aventura que levou este vosso amigo a um local pitoresco e “perdido” neste País à beira mar abandonado.
Por não ser propriamente uma ruína, esta reportagem de certo modo desenquadra-se deste projecto, no entanto, e pela sua história mereceu a atenção da minha objectiva.
É um edifício inacabado que conta uma rocambolesca epopeia. A sua arquitectura é de “gosto duvidoso” pela desproporção da sua traça e pelo “estilo” que nos apresenta, sendo uma espécie de miscelânea arquitectónica com aspirações palacianas.
Foi edificado pelo Prof. Dr. José Bacalhau, um eminente médico e professor da Universidade de Coimbra, cujo sonho era construir uma unidade hoteleira de luxo no desertificado interior, dinamizando dessa forma o turismo na zona.
Para levar a cabo essa demanda, adquiriu peças de cantaria e estatuária oriundas de várias demolições, entre as quais se encontra o Hotel Avis, onde Calouste Gulbenkian vivia em Lisboa, o que daria a este edifício um cariz erudito.

O projecto data dos finais dos anos 50 e o local escolhido foi o Monte Calvário, por ter encontrado oposição local, acabou por decidir construir o seu sonho no sítio do Penedo Gordo, na Serra de Santa Maria -  Espinhal.

As obras tiveram início nos anos 60 e nunca foram concretizadas, o seu lento progresso deveu-se à falta de meios financeiros com que o Dr. Bacalhau se deparou, no entanto chegou a disponibilizá-las para alguns acontecimentos sociais de relevo, antecipando assim a sua "inauguração".
Teve aqui lugar no dia 23 de Maio de 1968, Quinta Feira da Ascensão, uma reunião de confrarias da região e foi presidida pelo Bispo-Conde de Coimbra, tendo sido um sucesso social.
Sem se ter dado conta que os terrenos onde foi edificada esta obra pertenciam à junta de freguesia, foi mais tarde gerar outro imbróglio que acabou por se solucionar em 1973, pela doação por parte da sua herdeira à dita junta.
D. Francelina de Jesus, sua governanta e fiel servidora, foi a legatária em preterimento dos restantes familiares para herdar a propriedade. Sendo uma pessoa humilde e com a melhor índole, resolveu-se pela doação  do imóvel e pela venda do mobiliário para angariar os fundos necessários para a construção de uma Biblioteca Museu Prof. Doutor José Bacalhau, o que nunca passou do projecto. Só agora a C.M. de Penela começou a restaurar e catalogar o espólio do Doutor Bacalhau, e será depositado na Casa da Cultura do Espinhal...bem hajam....
Por não ter destino para dar a esta empreitada, a junta de freguesia selou o local para evitar a  vandalização que não tardou. Foi após o 25 de Abril que o saque começou, a maior parte das ferragens, a estatuária e os materiais de construção foram desaparecendo, e segundo o que ouvi, sabe-se do paradeiro de parte deste espólio que anima alguns jardins de particulares e nada é feito para o recuperar...
Já nos finais do passado século, instalou-se aqui o Patriarche, uma instituição para recuperação de toxicodependentes, que se propuseram a recuperar este local, tendo-o deixado ainda em pior estado.
Foi recentemente entregue à  Associação Portuguesa de Medicina Preventiva, uma associação sem fins lucrativos que com todo o mérito e esforço está neste momento a recuperar todo o complexo, aqui será instalada uma clínica de medicinas tradicionais que fará justiça ao projecto inicial e fará igualmente as delícias do Dr. Bacalhau.

sábado, 23 de outubro de 2010

Edifício do CLIP - Foz do Douro - Porto

Foi durante um périplo pela invicta cidade, em que fui à descoberta de ruinosas estruturas para aumentar esta infindável colecção, que me deparei com esta pérola arquitectónica.
É mais uma ruína que chega a ofender além da paisagem, ofende igualmente a inteligência de um galináceo... não apenas pelo seu valor imobiliário e patrimonial, mas como também pela incapacidade de aproveitamento deste espaço e da sua privilegiada localização... uma vez mais deveria ser evocada a Lei das Sesmarias!!!
As burocracias e os direitos de propriedade, tais como o hiperproteccionismo que  as entidades competentes (?) que tutelam o património arquitectónico e o planeamento urbano, fazem questão de fazer prevalecer as suas rigorosas medidas de protecção e são muitas vezes a sentença de morte de um valioso património que é a vitima constante dos seus excessos de zelo.
Este edifício fica situado na esplanada do Rio de Janeiro na Foz do Porto, foi construído no início do séc. XX, e era propriedade da STCP, empresa de transportes públicos , funcionou como uma subestação de fornecimento de energia eléctrica e que esteve activa até 1974.
Esteve devoluto até 1986, ano em que foi cedido ao CLIP, Colégio Luso Internacional do Porto, onde funcionaram as suas instalações provisórias. O CLIP iniciou o seu primeiro ano lectivo em Setembro de 1990 e ali se manteve até ao final dessa década.
Foi depois abandonado quando este colégio se mudou para as novas instalações e desde então que aguarda um melhor destino. Embora haja desde 2001 um projecto de conversão deste edifício para uma discoteca do grupo K, a “Kasa da Praia”...nada ainda foi feito nem tampouco há vestígios de vontade de o fazer...
Não compreendo certos investimentos camarários em que esbanjam o erário em “esculturas pop”, como a sua vizinha “escultura anémona”, que anima a Rotunda da Circunvalação que dista apenas alguns metros deste local, quando há outras necessidades muito mais urgentes que ameaçam desaparecer para sempre...
 
Para saber mais: http://sites.google.com/site/cliparturvictoria/Home


terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Castelo do Engº. Silva - Figueira da Foz

Este castelo é um dos ex-libris da Figueira da Foz e tem uma inspiração revivalista, onde são presentes vários elementos medievais e manuelinos.
Por não ter conseguido apurar a autoria da sua delicada arquitectura graciosamente traçada, e após de ter consultado vários registos incluindo os municipais,  afirmo uma vez mais com frustração que além de se perderem os nossos melhores edifícios por incompetência e excessos burocráticos, (ainda por cima num País em que tudo se regista em triplicado), perdem-se  também elementos fundamentais da nossa história.
Foi edificado entre os Sécs. XIX e XX, quando as residências de veraneio floresciam nas estâncias mais aprazíveis e espelhavam a cultura e fortuna de cada proprietário, marcando a paisagem com os melhores exemplos de criatividade que enriqueceram o nosso património arquitectónico.
Esta romântica residência fica situada na “Esplanada Silva Guimarães”, Figueira da Foz, causando por vezes o engano quanto ao seu primeiro proprietário. Os seus nomes são frequentemente confundidos embora não haja relação entre os respectivos “anfitriões”.
O castelo deve-se a Francisco Maria Pereira da Silva, um engenheiro hidrográfico que foi incumbido por portaria régia do desassoreamento da barra e do rio Mondego. Já a esplanada é uma homenagem a Silva Guimarães, um filantropo que muito contribuiu para esta cidade e que foi o fundador da Mina de Carvão do Cabo Mondego.
Foi generosamente legado ao município, tal como todo o seu recheio em 1931 pela sua última proprietária,  D. Maria Beatriz Baldaque da Silva, filha de Francisco Maria e de sua mulher, Isabel Maria da Nóbrega Baldaque.
À sua morte em 1942 e como o cumprimento deste legado trazia onerosos encargos, foi então deliberado que a herança não representava quaisquer benefícios para a cidade, tendo esta renunciado o espólio e passado a propriedade do estado.
Foi em 30 de Agosto de 1999 que finalmente e definitivamente foi cedida pelo estado ao município da Figueira da Foz,  e continua a agonizar numa morte lenta e à espera de uma intervenção que lhe devolva a dignidade à muito perdida.

Para saber mais :http://www.monumentos.pt/Monumentos/forms/002_B2.aspx?CoHa=2_B1

sábado, 9 de outubro de 2010

Era uma casa muito engraçada...

 Quando era pequenino, no princípio dos anos 70, dava na RTP um desenho animado que mandava os putos para a cama...
Era uma cantilena bem animada com versos de Vinicius de Morais  e toda a rapaziada a conhecia, diria mesmo que faz parte da cultura de qualquer miúdo da minha geração...e era assim:
Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha tecto
Não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
 Mas era feita com muito esmero
Na rua dos Bobos
 Número zero





terça-feira, 5 de outubro de 2010

Haja LUZ e boa disposição...



Este projecto nasceu de uma velha ideia e de um ideal. Fazer um inventário das ruínas portuguesas, aproveitando o decadente grafismo
que cada uma transmite e contar as suas histórias à muito tempo adormecidas.
 Desde sempre que o património arquitectónico e as memórias lusitanas me despertaram interesse e levei a cargo esta infinita empreitada, com toda a dedicação que o projecto exigia.
 Seria como acordar fantasmas e reescrever episódios históricos e mundanos, que se apagaram dramaticamente das nossas levianas memorias, autênticas páginas arrancadas aos anais da história.
 Seria também uma forma de acordar consciências que fingem importar-se com o estado do nosso património, dar soluções práticas a este flagelo que nos assola à muitas gerações e conduziram Portugal a um estado de ruína...
Enquanto tudo isso acontece, aproveito para me cultivar e enriquecer em todos os aspectos...fiz muitos amigos e amigalhaços, conhecidos e simpatizantes...
 Escrevi história e jornalismo, investiguei e descobri dados dispersos que me permitiram criar novos textos, cheguei inclusive a desmistificar alguns dogmas instituídos...
Enfim, contribuí em termos culturais para a nossa história (pelo menos a apagada) e não há “totomilhões” que me dê um prémio tão grande como conhecimento e vivências que adquiri...
Entrei em “licença sabática” quando o iniciei em Novembro de 2008. Fui seduzido pelo património, arte, patriotismo, história e pelo meu ego que teimava em fazer arte com um tema emocional e que mexe em consciências pesadas e colectivas... espero ter incomodado alguém e incentivado muitos outros...
 Tinha na altura alguns fieis clientes e um “pé de meia” que me permitiram dedicar-me de corpo e alma até encontrar patrocinadores que nunca chegaram...
Tive algumas ajudas na exposição da Fábrica do Braço de Prata, a Colorfoto e a Junta de Freguesia de Marvila, que contribuíram e tornaram possível este evento. A estes dois organismos devo um grande obrigado!!!
Este espaço que é de todos nós, nasceu com uma vertente filantrópica, não comercial, e sempre manteve essa postura.
Não sou um comerciante, sou apenas um fotógrafo e não sei tratar do “vil metal” como trato as minhas imagens, necessito de um agente que me possa ajudar e dar-lhe a ganhar umas “massas”... se conhecerem alguém...
Como é evidente e na qualidade de fotógrafo profissional, devo viver do meu trabalho e com a dignidade que me  é devida.
Sei lidar apenas com os meus trabalhos comerciais, há valores médios de mercado pelos quais me guio, tal como clientes alvo que bem conheço...mas o mercado “fine art” não é o meu forte, como tal prefiro aguardar antes de o abordar, posso-me espalhar e deitar a perder todo este projecto...
Irei em breve abrir uma galeria virtual onde se possam adquirir estes trabalhos, uma vez que nenhuma galeria de arte me abriu portas, à espera que ganhe curriculum artístico e carisma, terei de me representar a mim próprio...
Tenho, antes de o fazer, que ganhar calo e profissionalismo. Sempre transmiti isso aos meus alunos e colegas e devo respeitar as regras, terei que me informar quais os tramites por onde me guiar...
Num País em que tudo irá aumentar exceptuando o poder de compra e depois de dois assaltos no espaço de dois meses, em que fiquei com o material com que trabalho reduzido a uma teleobjectiva, fui inevitavelmente conduzido a uma eminente... posso mesmo dizer, ruína... (ironias do destino)...
É-me portanto impossível  neste momento prosseguir com este projecto, tal como exercer a minha profissão...
Pois é verdade, estou neste momento privado de fotografar por falta de material...às vezes o karma é lixado e esta é mais uma provação que vou ter de ultrapassar... sem querer ser lamechas ou passar por “coitadinho” sou obrigado a reconhecer que preciso de ajuda...
 Embora tenha neste momento um grande acervo de material por trabalhar, não vou poder nos próximos tempos fazer novas reportagens...
 URGENTE!!! GALERIAS , MECENAS e INVESTIDORES!!!! PROCURAM-SE!!!!
Sei que esta colecção tem um bom valor pecuniário, são mais de mil e duzentas imagens que transmitem um grande impacto emocional, além de uma série de crónicas que podem ser publicadas...é tudo o que tenho para dar continuidade a esta hercúlea demanda e terei de as rentabilizar...
 O Projecto Ruin’Arte foi convidado e estará presente na Bienal de Vila Franca de Xira e de Porto Santo, onde com orgulho será representado, sobretudo por não ter tido “cunhas” e “cunhados”...foi um reconhecimento de valor artístico pela parte das comissões organizadoras, o que me deu um grande alento.
Uma vez mais abriu a “caça aos patrocinadores”, vão ser necessárias impressões em papel fine art e molduras, darei as devidas contrapartidas a quem as merecer...

Haja  LUZ e boa disposição...

G;-)~

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