terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Quinta dos Condes de Paço Vitorino, ou Quinta de Baixo - Vilar de Andorinho

“Fidalguia sem comodoria é gaita que não assobia”... como diz o velho ditado. Grassam por este pais à beira mar abandonado, um sem numero de residências nobres que chegaram a um estado de preservação muito menos digno do que os áureos dias que outrora conheceram...

São um reflexo de uma aristocracia depauperada que foi perdendo o carisma e a fortuna pelo passar de várias gerações, na maior parte das vezes sem trabalhar... No meu entender, distingo a nobreza em três ramos bem diferentes...
A nobreza de nascimento é a que menos valor tem e é de uma grande responsabilidade. Bastou o nosso karma ter escolhido um berço para sermos galardoados com “sangue azul”, o que nos pode abrir portas e dar acesso a um nível sócio cultural privilegiado, no entanto é sempre um dever honrar o nome que se transporta, para poder ter o merecido orgulho.
A nobreza empresarial e militar é apanágio de homens com H, é com actos de bravura, diplomacia, ética e inteligência, que se distinguem os valorosos. Independentemente do seu nascimento, qualquer um poderia conquistar um titulo... se o merecesse.
Há ainda a nobreza de espírito, que independentemente do estado social em que se nasceu é a que nos vai guiar por um caminho mais puro e garantir a honra de cada um...é importantíssima!

A nobreza de espírito nem sempre anda de mãos dadas com a nobreza social, como se pode testemunhar pela maneira como o património imobiliário onde os egrégios avós alcançaram as suas glórias, é devotado ao esquecimento.
Estas casas são autênticos guardiões de histórias e memórias familiares que deveriam ser preservadas com o mesmo carinho que um brasão ou titulo de nobreza. Sei que os custos de manutenção de uma propriedade desta envergadura é elevado, mas a sua sustentabilidade pode ser auto gerada com um pouco de trabalho, empreendedorismo e inteligência...
Noutros casos a ganância também faz estragos, pois muitas vezes as questões de partilhas levam uma boa parte do nosso património a um estado que em nada faz justiça ao bom nome de ninguém.
Tentei contactar o proprietário deste solar que se mostrou pouco aberto e muito reservado, tendo-se coibido de prestar qualquer informação para além daquela que se pode consultar noutros sítios de referência... e adiantou-me também que está em vista a sua recuperação...

15 comentários:

  1. Que triste ver mais uma vez uma fantástica construção com o Tempo a passar por ela da pior maneira. Casas como estás já não se fazem... infelizmente!

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  2. Linda reportagem fotográfica, acompanhada com um texto adequado.

    Abraços

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  3. excelente reportagem fotográfica bem acompanhada por um texto muito adequado, é com imensa pena que se vê um rico património a degradar-se sem que os responsáveis pareçam incomodar-se, muitos parabens pelo fantástico trabalho aqui exposto.

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  4. Queria deixar aqui uma sugestão. Poderia criar um botão 'gosto' do facebook para cada artigo que aqui coloca. Deixo aqui o respectivo link.
    http://developers.facebook.com/docs/reference/plugins/like

    Muitos parabéns pelo seu blog, acho-o fantástico e já faz parte dos meus marcadores principais.
    Cumps

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  5. Até parece impossível! O modernismo revela-se intolerante!

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  6. "Deixar cair" devia ser punido.
    Não sei como, mas devia.

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  7. De facto este trabalho foi bem conseguido. Nunca consegui lá entrar para ver o seu interior conforme é demonstrada pelas excelentes fotos. Sempre que passo por lá fico "roido" pela curiosidade e eis uma bela supresa!
    É lamentavel como uma propriedade cadastrada há muitos anos no PDM ,como área patrimonial, só agora se pretenda fazer algo....

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  8. Em relação ao comentário que deixou no blog Bairrada's Architecture, a localização da casa é:
    Latitude: 40°25'14.74"N
    Longitude: 8°28'54.74"W

    Muitos parabéns pelo seu blog!

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  9. Caro Gastão de Brito e Silva, os meus parabéns por mais um soberso trabalho. Fico, no entanto, com uma dúvida: se não me engano(até porque as imagens me são familiares), o solar dos Conde de Paço de Vitorino fica em Vitorino das Donas, Ponte de Lima, e pertence a uma família que bem conheço (e que não se limitou a dormir nos privilégios de sangue, tendo singrado pelo seu próprio mérito). Simplesmente, no título situa-o em Vilar de Andorinho, que é uma freguesia do concelho de Gaia. Podia-me esclarecer se se trata do de Ponte de Lima, ou se não é outro na freguesia da margem sul do Douro?

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  10. Caro João Pedro, tem razão quanto ao solar de Vitorino das Donas, como aqui se pode ver : http://geneall.net/P/tit_page.php?id=906 e por herança esta quinta também passou a fazer parte do património familiar : http://monumentosdesaparecidos.blogspot.com/search/label/Quintas%20e%20Solares

    PS. Longe de mim julgar o passado de alguém, desconheço completamente a família em questão.

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  11. http://pt.wikipedia.org/wiki/Quinta_de_Baixo

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  12. Ou seja, a mesma família tinha património em Ponte de Lima e em Gaia.

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  13. Espero que esteja para breve a recuperação e não destruição ou a continuação da degradação por parte da mão humana ou das intempéries.
    Abraço
    Sairaf

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  14. Anualmente é realizada nesta quinta a feira medieval de Vilar de Andorinho
    http://www.medievalvilar.com/pagina/index.html

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  15. Os Calheiros Lobo tinham propriedades do género em todo o País! E viajavam para todas elas recolhendo os foros das terras, pois na maioria dos casos tinham trabalhadores foreiros que trabalhavam as terras e esta é uma delas, à qual vinham esporadicamente.

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