Esta romântica estrutura é o último vestígio da nobre quinta que aqui foi edificada por D. António Luis de Menezes 1º Marquês de Marialva. Era uma enorme propriedade que no tempo do segundo marquês foi ampliada pela unificação de outra contigua, a "Quintinha", como era então conhecida, confinada ao convento de S. Bento de Xabregas , à rua Direita de Marvila e ao rio Tejo, onde é hoje a R. do Açúcar.
Pela morte do 6º e último marquês de Marialva , D. Pedro José Joaquim Vito de Menezes Coutinho, em 1823, esta propriedade e o titulo foram herdados pela casa de Lafões, por o duque estar casado com D. Henriqueta Maria Júlia de Lorena e Menezes , filha mais velha da casa Marialva.
Há passagens nas memórias de William Beckford que relatam algumas descrições desta quinta. Estas descrições referem apenas o jardim e a sua luxuriante vegetação, além deste mirante. Uma vez que a residência do marquês era em Belém , esta quinta era uma propriedade secundária, por isso, já nessa altura o palácio se encontrava degradado.
Desde a sua construção que o mirante tem sofrido intervenções, como prova a sua traça que é marcadamente romântica, num estilo muito posterior à morte do último marquês. A escadaria era revestida por azulejos do Séc. XVII e há ainda vestígios do rendilhado estuque que estoicamente resistiu a todas as intempéries.
Foi neste mirante que D. Pedro V assistiu à passagem do primeiro comboio em 1856, tornando este monumento num marco histórico.
Hoje todo este terreno é um enorme descampado com alguns vestígios de arquitectura que dificilmente se podem identificar. Entre alguns escombros e entulho podemos distinguir ainda algumas formas que foram parte da quinta ou da fábrica que aqui viveu.
Foi numa permilagem desta propriedade que se instalou a Fábrica Nacional de Sabões, que resultou da união de várias industrias que aqui laboravam. Em 1919 as empresas Sousa &Ciª e João Rocha, um importante industrial , associaram-se e formaram uma poderosa indústria. Era daqui que saiam as marcas Sonasol, Margarina Extra, Sabonete Beato e outros produtos igualmente famosos.
A produção atingiu o seu auge nos anos 40 tendo a SNS então adquirido este terreno sob a designação de “Quinta do Brito”.
Foram demolidas todas as estruturas do antigo solar, para dar lugar a esta enorme unidade fabril que laborou durante várias décadas.
A SNS entrou em falência no início dos anos 90 e de toda esta aventura sobrou apenas apenas o mirante, que teimosamente continua a testemunhar os gloriosos dias de Marvila.
Olá
ResponderEliminarbelo post!
Porque tudo tem uma razão de ser, nomeei-te para um premio no meu blog.
Passa por lá! :)
Abraço
Quinta do Brito?
ResponderEliminarSecalhar ainda é alguma herança perdida(?)
Um belo post para completar o final da exposição na Braço de Prata.
Blog interessante....
ResponderEliminarParabéns..as fotos realmente demonstram como é triste não salvaguardar o patrimonio....
SUUUUUrrisinhos:)
O mirante (li não sei onde) foi construído para el-rei assistir ao caminho de ferro. O mesmo que retalho a velha quinta. Cumpts.
ResponderEliminarÉ mais uma história bonita da nossa História, que aqui nos contas. Como todas, também é triste... ou antes melancólica, porque fica um encanto... como nas histórias de encantar.
ResponderEliminarDescobri o seu blog ontem e só posso dizer que e fenomenal!
ResponderEliminarFoi paixão a primeira vista!
Espero que possua condições para continuar pois faz um enorme trabalho, enfim só lhe posso dar os parabéns, e desejar que pelo menos alguns dos edifícios e não só que tem publicado venham a ter melhor sorte!
Belíssima reportagem fotográfica acompanhada de um texto com uma história muito interessante - que implicou pesquiza empenhada. Mais uma vez está de Parabéns! Para além das exposições porque não Ruin´Arte em livro?
ResponderEliminarHoje tenho à sua espera no meu Blogue uma "Ruinografia IV".
Abraço
VT
Nem sei como vim ter a este espaço... leituras em que se saltita de blog para blog...!
ResponderEliminarParabéns pelo blog. Principalmente pelo trabalho desenvolvido. Desde as fotos, passando pelos textos até à persistência de lutar pela divulgação de um património que é de todos, os cidadãos do mundo.
Voltarei com regularidade e se permitir gostaria de adicionar aos blogs que fazem parte do meu espaço.
Um bom dia
C.J.
Chamo-me José Pedro Rosmaninho, vivo na Curia e gostaria de sugerir o Hotel Boavista, localizado no Parque da Curia, que se encontra agora em fase de degradação. É um edifício muito bonito e ao estilo da Belle Époque! Quando vier à região centro aproveite e tire também aqui algumas fotografias!
ResponderEliminarAproveito e digo também que o blog está muito bem concebido, sigo desde o inicio e realmente nota-se a grande evolução que tem tomado!
Cumprimentos
Espectaculares, a história e as fotos. Como sempre.
ResponderEliminarUm abraço.
Entre vários erros que tem seu texto, acorda que houve um sexto Marquês de Marialva, antes da propriedade ir para a Casa dos Lafões, o que não diminui o mérito de suas preocupações.
ResponderEliminarCaro Helder, agradeço o seu comentário, houve de facto um 6º Marquês, o que já corrigi, já agora aproveito para lhe pedir que me diga quais são os outros vários erros, uma vez que as informações foram compiladas de várias obras e corroboradas entre fontes dignas de crédito.
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