Palacete no bairro do Pote de Água - Lisboa
No seguimento do post anterior, e continuando cheio de dúvidas em relação ao património coleccionado, venho hoje dar a vez a um lote de palácios, solares e quintas, dispersos um pouco pelo País.Ao cimo da R. Direita de Cascais
São na sua maioria casas nobres com um inerente passado histórico, devem portanto guardar segredos, memórias e estórias que gostaria de ressuscitar.
Quinta de D. Afonso - Montemor o Novo
São também excelentes exemplos de arquitectura que marcam várias épocas mais bem aventuradas. Representam famílias e linhagens que foram sem dúvida impulsionadoras da economia local, da política ou da arte militar.
Palácio Pidwell - Sines
Têm traças de arquitectura características de vários estilos e testemunham cultura e requinte, prosperidade e opulência, nobreza e poder.
Jardim Botânico - Lisboa
Na sua maioria poderiam ser recuperados para vários fins, observando as carências das zonas onde vivem. Dariam boas instalações para empresas, escolas, centros de dia, de saúde, hospitais, cresces bibliotecas, museus, hotéis, quintas equestres, agricolas, pedagógicas ...
Palacete na Estrada de Benfica com a R. Alfredo Guisado
Vizinha da Quinta das Galroas - Setúbal
Dá-me um arrepio quando vejo este flagelo pelo lado financeiro e o que representa como prejuízo para a nação: pelo lado fiscal, pelas receitas de turismo, pela estagnação da economia, pelos postos de emprego que poderiam gerar quer na reabilitação, quer na activação de funções, a moral lusitana, o hino nacional...
LEVANTAI HOJE DE NOVO O ESPLENDOR DE PORTUGAL!!!! Pelo menos foi o que nos ensinaram...
Dormitório feminino do antigo colégio Nun'Álvares - Tomar
Porque não legislar no sentido de penalizar fiscalmente a construção nova, ou até mesmo travá-la onde for necessário para evitar a desfiguração do país e irreversíveis rombos no nosso património? Se houvesse uma lei que transferisse os pesados impostos camarários que as obras de reabilitação pagam para os edifícios de "patos bravos", não construiriam tantos "mamarrachos" e estes acabariam por financiar e incentivar a reabilitação.
Casa Barata Lima - Palmares da Beira
Uma vez mais haveria mais emprego, mais riqueza, mais habitação (e mais barata), menos trânsito nas cidades, melhor ambiente e mais votos nas eleições...
Quinta da Graça - Pedrouços / Dafundo
Muitos destes magníficos edifícios são vitimas de excesso de zelo das autoridades competentes. Não podem ser restaurados sem vistorias de arquitectos, engenheiros, historiadores, arqueólogos, bombeiros e mais engenheiros, fiscais vários e novamente a câmara pela décima vez e no fim novamente o IPPAR...e nunca vão ao mesmo tempo, todos aguardam entre eles os respectivos relatórios e trocas de galhardetes...
Refúgio Aboim Ascenção - R. Tomás da Fonseca / R. António Albino Machado - Lisboa
Geralmente esperam-se anos pelos pareceres e muitas vezes são discordantes, o que atrasa ainda mais as reabilitações que deveriam ser urgentes... entretanto as estruturas fragilizadas começam a ruir... vencidas pela burrocracia, cansadas pela inacção, acabam por morrer...
Quinta de Sant'Ana - Carnide
Com elas morrem também um pouco de nós, as nossas memórias, a nossa história, o nosso orgulho como nação educada e civilizada, vaidosa dos egrégios avós que nos guiaram à vitória...é inevitável questionar, como nos chamarão os nossos netos quando lhes legarmos um monte de escombros? Não seremos tão egrégios com certeza...
Palácio de Santa Catarina - Estrada de Chelas
Tivemos a sorte de nunca ter sofrido grandes danos desde 1755, porém há ainda hoje ruínas que não foram restauradas desde então. No entanto se pensarmos que há países que se levantaram de duas guerras mundiais e que reabilitaram com precisão, requinte e em tempo recorde um património muito mais vasto, é caso para pensar que o atraso social deste país à beira mar plantado é de 270 anos em relação à Europa, pois eles levantaram-se em menos de 30 anos e nós em perto de 300 ainda não demos conta do recado...volta Marquês de Pombal...estás perdoado.
Quinta do Pombeiro - Chelas
Infelizmente ainda não consegui os apoios suficientes para poder fazer uma reportagem em todo o território nacional. Aproveito todas as minhas deslocações para aumentar esta colecção, estou ciente que há muito mais para documentar e preservar. Todas estas pérolas de arquitectura que se estão a perder deveriam ser dadas a conhecer a todos nós, para acordar a consciência de um povo que parece dormitar. Cabe-nos a todos preocupar com a nossa história e deveria ser uma causa nacional.
Quinta junto à estação dos comboios de Chelas
Deveria haver um único instituto que reunisse todas as condições para avaliar as 800.000 casas, que segundo estatísticas necessitam de intervenção. Avaliar em termos de interesse financeiro, histórico, patrimonial, com vista a viabilizar um restauro ou simplesmente demolir para evitar acidentes e aproveitar terrenos. Seria o maior investimento público da nossa história. Formar comissões de vários profissionais que pudessem fazer céleres relatórios e acudir com a urgência necessária e estabelecer prioridades.
Palácio do Marquês de Santa Iria - R. do Século
Centrando toda a iniciativa e centro nevrálgico num só organismo evitaria desencontros temporais entre as equipas fiscalizadoras além de "braços de ferro" políticos entre as eminências ditadoras, o que certamente abreviaria todo o processo. Assim quando a C.M. de Portalegre quisesse trocar uma telha do castelo, não teria de solicitar uma vistoria ao IPPAR que demora por vezes anos a acudir...entretanto houve infiltrações que prejudicaram esse edifício histórico....era tão simples como trocar uma telha...é tão estúpido como ignóbil...
Quinta do Sargento ou Larguinhos - Chelas
Deveria haver também mais associações de defesa do património, as poucas que existem além de terem pouca expressão politica e social, não têm apoios financeiros que lhes permitam tomar alguma iniciativa que não seja apenas de sensibilização cultural. Todas as cidades, pelo menos, deveriam ter um pólo cultural que defendesse e inventariasse o património, que recolhesse e investigasse a sua história.
Solar em Galizes - tem um brasão Pombal embora me tenham dito que era de uma família Bourbon
Incentivar as populações através de campanhas de sensibilização seria uma forma de evitar que se continue a vandalizar. Alguns vândalos que por pura ignorância destroem e desprezam autênticos tesouros, são muitas vezes responsáveis pela degradação dos edifícios e ambiente urbano. A educação é o pilar mais forte de uma sociedade, é também fundamental educar e cultivar desde a mais tenra idade, garantindo assim um futuro mais risonho...gostava de acreditar que isso é possível...
Caro Gastão,
ResponderEliminarApesar de não ter conhecimentos suficientes acerca de qualquer dos edifícios postados, não posso deixar de, mais uma vez, lhe dar os maiores parabéns pelo incrível trabalho que nos apresenta.
O que encontramos neste "Ruin'Arte" é certamente o resultado de um excelente trabalho de pesquisa de informação, qualidade fotográfica e amor ao nosso património. Penso mesmo que este seu projecto deveria ser uma referência a seguir pelas entidades governamentais que olham (ou deveriam olhar) pelo património histórico nacional.
A fim de dar o meu contributo, fiz umas pesquisas mas não encontrei muita informação, seja como for, pode ser que os seguintes links ajudem:
Palácio Pidwell, em Sines:
http://estacaodesines.blogspot.com/2009/12/palacio-agora-casa-pidwell.html
Palacete na Estrada de Benfica com a R. Alfredo Guisado:
http://www.ippar.pt/pls/dippar/pat_pesq_detalhe?code_pass=70861
Quinta do Pombeiro, em Chelas:
"Construção anterior ao séc. XVIII. Deriva o seu nome de Joaquim Augusto Pombeiro, rico lavrador. Tinha ermida dedicada a Nossa Senhora da Conceição."
http://www.jf-marvila.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=35&Itemid=57
http://observatorioparquebelavista.blogspot.com/2007_09_01_archive.html
Um forte abraço,
Pedro Ferreira
Boa Noite!
ResponderEliminarVivo na zona de Alvalade. Onde se situa este exactamente este Palacete no bairro do Pote de Água? Está próximo do quê? Gostaria de o ver. Também tentei arranjar alguma informação que fosse para contribuir, mas quanto a este Palacete não se encontra nada.
Desde já obrigada
e continuação de bom trabalho
Lurdes Moreira
Este palacete fica ao fundo da R. Jorge Colaço, perpendicular à Av. do Brasil
ResponderEliminarSolar em Galizes segundo eu sei, que nasci em 1959, e o vi pela primeira vez em 1967, já debilitado, como se estivesse abandonado, se era habitado em 1970, nunca se via lá ninguém. Reparei que havia umas pessoas , possivelmente caseiros que viviam numa dependencia, nas traseiras
ResponderEliminaresqueci-me de mencionar que o solar de Galizes eram dos marqueses de Pomares. Que tinham e ainda têm o seu palácio em Coimbra. A marquesa de Pomares, grande amiga da escritora Maria Amália Vaz de Carvalho, que chegou a visitar esse palácio e que recebeu como visita Almada Negreiros que visitava uma casa próxima dos Tinocos.
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