Esta reportagem foi-me sugerida por um “camarada” das ruínas...o “Rei do Lixo” em pessoa...
Fiquei surpreendido com os grafismos que poderia encontrar e aproveitei uma rápida incursão à margem sul para visitar esta ruína. O Sol estava quase no horizonte, e todo o parque já estava à sombra. Não tive muito tempo nem tampouco as melhores condições luminosas, mas mesmo assim diverti-me a brincar aos fotógrafos...
Embora este espaço não seja representativo em termos de património arquitectónico, teve uma grande importância no plano social e económico desta região, o que o torna “incluível” nesta colecção.
A sua história foi breve e teve um sucesso imediato, lembro-me de ver intermináveis filas que se acumulavam à porta, prometendo aos mais persistentes uma aventura cheia de adrenalina.
Creio até que foi o pioneiro do seu género, chegou a ter anúncios na televisão e programas escorregadios para todas as carteiras, deve ter sido o local com maior densidade populacional por metro quadrado de todo o País nas tardes de Verão...
Nunca me aventuraria num local desses, só de pensar que iria partilhar um esCUrrega com mais 5.000 deslizantes rabos, além de uma continua avalanche de kamikazes embalados pela gravidade e com um poder demolidor onde quer que aterrassem. Eram argumentos suficientemente eloquentes para evitar este tipo de locais.
Evocando novamente o post do egoísmo, esta ruína é a que mais egoísmos reúne que até hoje visitei...
Após um acidente que vitimou duas crianças num outro parque aquático, foram feitas vistorias rigorosas em todo este tipo de recintos...o Onda Parque não passou nos testes de segurança e foi sumariamente fechado. Os seus proprietários não tiveram apoios financeiros suficientes para proceder às alterações necessárias e tiveram de fechar.
Egoistamente funcionava sem condições e nas anteriores vistorias foi egoistamente licenciado por incompetência ou favorecimento...só assim se explica como funcionou durante a sua curta existência.
Encontra-se desde então devoluto e sem solução à vista. Todos os dias se degrada mais um bocado, conduzindo por arrasto às populações circundantes todo o mau ambiente que estes locais emanam...
A desvalorização imobiliária de toda a vizinhança, em prol da sua própria valorização como propriedade testemunha uma grande dose de egoísmo camarário, por nada fazer para solucionar este cancro social e urbanístico.
Por outro lado os proprietários que têm dificultado qualquer tipo de negociações que egoistamente especulam os valores do terreno, com a esperança que a vizinha Aldeia dos Capuchos valorize os terrenos, enquanto estes desvalorizam os deles...
Chegaram a propor ainda mais egoistamente uma urbanização sobre a arriba fóssil, o que seria um crime ainda maior no ponto de vista ambiental...
Outros egoístas também andaram por lá...uns largaram entulho, outros roubaram, outros vandalizaram, outros ainda... fotografaram...
Não consigo entender o interesse em dar cabo do património alheio só pelo gozo de destruir, tal como não consigo entender o desinteresse que os moradores e autarcas locais têm por um espaço que poderia proporcionar um fantástico pólo de atracção para esta zona, além de que não teriam de ir ao Algarve para esCUrregaaaar...
Para saber mais http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=660617
Excelente trabalho Gastão,
ResponderEliminarnunca cheguei a ir a esse parque aquático, mas fiquei surpreendida ao ver este trabalho tão interessante e chocante ao mesmo tempo, pois sempre que vou em direcção à auto-estrada me deparo com esse espaço abandonado e sempre tive alguma curiosidade, hoje toda essa curiosidade se dissipou e cresceu um medo de ir até ai.
Parece-me um sítio medonho, que está deixado ao abandono, mas que se pode revelar uma autêntica armadilha ara os mais distraídos, com águas paradas e buracos escondidos.
Muitos parabéns pelo excelente trabalho, continua!!
Abraços grande... vou esperar por mais trabalho tão interessantes.
Sairaf
Bela atmosfera.Impressionou-me tanto quanto a do Hotel Muxito que aqui puseste a 11 de Março.
ResponderEliminarFernando Q
Olá Gastão!
ResponderEliminarEsta parece saída de um filme de ficção científica...
abraço
As recordações deste espaço eram fantásticas. Tardes de verão com toda a familia...
ResponderEliminarEnfim, mais uma pérola que encontraste para o teu trabalho magnifico mas que nos faz arder os olhos!
Beijos
Nixa
Vieram, pisaram, maltrataram e abusaram deste pedaço de natureza, aproveitaram-se dele até que este deixasse de dar lucros. Sem escrúpulo e nem má consciência, desapareceram e deixaram o caos atrás de si. Tiveram sorte, por serem cidadãos do País das Bananas. Se isto tivesse acontecido num país normal europeu, eles estavam sentadinhos numa prisão a cumprir a pena merecida. Obrigada por partilhar connosco o seu excelente trabalho. Cumps I
ResponderEliminarOlá profº Gastão... Excelente trabalho!
ResponderEliminarNão conheci o parque, mas a minha "antiga empresa" trabalhou lá e é sempre uma dôr quando lá passo... principalmente porque tal degradação deveu-se a dinheiros extraviados e dívidas brutais por mau caracter de um dos sócios, razão aliás pela qual ainda não se conseguiu dar destino ao local e continua na deploração miserável em que se encontra.
Actualmente a Câmara municipal pede um balúrdio pela exploração do local e, a reconstrução do parque está mesmo fora de questão... pelo menos com esta autarquia.
Um beijo e continuação de boas captações ruí(nossas)...
Gastão: se quiseres, afixa...
ResponderEliminarsão imagens de um passado que não vivi. mas que conheço de perto...
ResponderEliminarÉ um espaço demasiado extenso para passar despercebido e tem uma estória trágica para contar. Sempre que vou dar um passeio até Caparica, está lá, mostra-se e incomoda.
ResponderEliminarParabéns pelo trabalho.
Ainda foi parece que foi ontem que este espaço abriu e era a correria aos escorregas!
ResponderEliminarNunca lá fui. Mas quando ia para a Costa via todo aquele espaço fervilhante de pessoas, num dia bem passado. A relva verde, os "escorregas" azuis contra o azul do céu, os risos das crianças a brincar... enfim. Pegou a moda de dizerem que a Margem Sul é um deserto. Seguindo a lógica da batata, então seremos os "camelos"??????? Desculpem qualquer coisinha.
ResponderEliminarfui tao feliz ai...
ResponderEliminarAna Pereira, tu e mts :) era um espaço espectacular...foi pena os donos sujeitarem-se aos lobbies pq se repararem, tudo o q era parque aquatico em Lisboa e arredores deixou de existir pq supostamente n tinham condições etc, e voilá! no ALLgarve crescem tipo cogumelos!!é q lá, já há condições!!
ResponderEliminarBoa noite!
ResponderEliminarÉ a primeira de muitas visitas minhas que este blogue terá... Descobri-o através de uma busca pelo google do onda parque. Nunca lá fui em criança, mas lembro-me de passar de autocarro quando ia para a praia através do infantário. Lembro-me do verde da relva e do azul turquesa dos escorregas, e de todos os miudos se levantarem dos bancos para verem melhor o parque!
Fiquei alguns anos sem ir à costa por motivos alheios, e em 2008 ou 2009, regressar e ficar surpreendida ao ver o quão degradado o espaço estava... Fiquei com vontade de ir lá, espreitar [de modo egoísta] e talvez tirar umas fotos. Nunca cheguei a ir, mas felizmente foste tu e apresentas-te-nos uma fantástica sessão fotográfica! Parabéns pelo trabalho... não quero imaginar o resultado que teria sido se as condições tivessem sido melhores ;)
Tudo de bom e continua o bom trabalho
Boa noite Gastão,
ResponderEliminarMais um extraordinário trabalho teu, reconheci de imediato a tua obra, no decorrer da reportagem da SIC - Abandonados com o jornalista Pedro Mourinho.
Como sempre, o teu trabalho é único e reconhecível de imediato, qualquer video de veja, que seja no intuito nostálgico ou a fim de préstimo de homenagem, quase sempre encontro o fruto do teu trabalho, e que grande esse trabalho.
Mais uma vez obrigado! :) e Parabéns!!
P.S. Divulguei o teu trabalho no grupo do facebook "Ondaparque" que conta já com 3.800 membros.
Estive lá 3 vezes todas em 1993. Devo dizer que nunca mais me esqueci. Tinha 20 anos... Estou aterrado com as fotos!
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