Depois de ter visitado a bataria da Alpena, fiquei com curiosidade na linha defensiva de Lisboa... o que restará dela?? Falei disso com um amigo, ex-militar miliciano e descendente de uma longa geração de homens de guerra. Por sorte, ele tinha feito serviço na 1ª Bataria e mostrou-me onde era com o Google Earth, além de me ter adiantado pormenores técnicos, históricos e estratégicos...
Quando parei o carro nas imediações, uma senhora indicou-me o terreno vizinho como o local onde estavam instaladas as bocas de fogo, depois de o palmilhar entre corta matos e lama, não encontrei os meus objectos de demanda, perguntei a um outro indígena da zona que me disse que tinham sido retirados e só tinha sobrado um, que estava dentro do perímetro do novo Hospital de Cascais que estava ainda em obras e na azáfama desenfreada dos últimos retoques...o guarda deixou-me entrar embora não tenha parado de me apressar...acabei por fotografar dois em um..."Rust in Peace" e "Ruin'Arte" ao mesmo tempo...
Mas esta reportagem não ficaria completa se excluísse os postos de observação costeiros. Eram postos que enviavam informações e coordenadas de tiro aos canhões, distam entre si cerca de 6,5 Km...estas que vos apresento ficam perto da Praia das Avencas entre S. Pedro e Parede, haverá outras que oportunamente fotografarei.
As Baterias Militares de Alcabideche, que darão lugar ao novo Hospital de Cascais, têm um longo passado militar. O GUIA DA CIDADE foi conhecê-lo.
Ainda lá estão, apontando enferrujados o horizonte. Os três canhões que constituem as Baterias Militares deAlcabideche ainda lembram os tempos que foram construídos para defender os portos de Lisboa e Setúbal. Hoje, a sua história conta as glórias e desgraças do Exército português.
Sentados numa esplanada soalheira, os coronéis Moura Soares e Nuno Anselmo desfiam ao GUIA DA CIDADE as memórias dos anos que passaram no Regimento de Artilharia de Costa. O tempo das Baterias Militares de Alcabideche foi o apogeu da artilharia de costa em Portugal, contam, enquanto consultam datas e notas sobre a história do local.
O Plano Barron
A criação de instalações de artilharia para proteger os Portos de Lisboa e Setúbal foi gizada ainda durante a II Guerra pelo general inglês Barron. Mas o plano só saiu do papel em 1948 e demorou dez anos a completar-se. O forte do Alto da Parede foi o primeiro a ficar pronto, em 48. O último foi o da Fonte da Telha. «Passámos a ser o país europeu com melhor defesa de costa», sublinha o coronel Moura Soares.
Ao todo, havia oito instalações militares, de curto, médio e longo alcance. As baterias de Alcabideche ficaram prontas em 1954 e, junto com as da Fonte da Telha, eram as que tinham maior capacidade de fogo: 32 quilómetros. Era dali que se faria a primeira linha de fogo sobre navios inimigos que tentasse entrar na barra do Tejo. «Faria» porque nunca se fez: os canhões nunca conheceram situação de combate.
A criação de instalações de artilharia para proteger os Portos de Lisboa e Setúbal foi gizada ainda durante a II Guerra pelo general inglês Barron. Mas o plano só saiu do papel em 1948 e demorou dez anos a completar-se. O forte do Alto da Parede foi o primeiro a ficar pronto, em 48. O último foi o da Fonte da Telha. «Passámos a ser o país europeu com melhor defesa de costa», sublinha o coronel Moura Soares.
Ao todo, havia oito instalações militares, de curto, médio e longo alcance. As baterias de Alcabideche ficaram prontas em 1954 e, junto com as da Fonte da Telha, eram as que tinham maior capacidade de fogo: 32 quilómetros. Era dali que se faria a primeira linha de fogo sobre navios inimigos que tentasse entrar na barra do Tejo. «Faria» porque nunca se fez: os canhões nunca conheceram situação de combate.
Em treinos, cada canhão de Alcabideche tinha uma guarnição de 10 homens, que chegavam a passar dois dias no complexo subterrâneo que se estende sete ou oito metros debaixo de cada boca de fogo. Para isso, cada canhão tinha o seu dormitório e instalações sanitárias, para além dos postos de combate.
«Um carisma especial»
Antes ainda de serem construídas, as Baterias de Alcabideche já criavam atritos. Os ingleses, que estavam a organizar a defesa da costa, defendiam a instalação de quatro canhões. E não admira: eram eles quem vendia o material bélico a Portugal. Os militares portugueses bateram o pé: três canhões eram suficientes. E três canhões foram instalados, com 3 peças Vickers de 234 mm .
«Alcabideche foi uma bateria sempre com um carisma especial», lembra Moura Soares. Em grande parte, esse carisma era o do seu primeiro comandante, Carmelo Rosa. Homem de um metro e 90 de altura, e 120 quilos, o capitão era uma presença imponente. «Em vez de cumprimentar com um aperto de mão dava umas palmadas à malta», recorda o coronel Moura Soares, divertido.
Só que, mau grado o carisma, a unidade não colheu os favores da História. Dois anos depois de montada a artilharia de costa, começou a Guerra Colonial, que obrigou o Exército a desviar recursos e atenções para o Ultramar. Os canhões que vigiavam a entrada do Tejo nunca se recompuseram totalmente. Em 1998, depois de anos ao esquecimento, o Regimento de Artilharia de Costa foi finalmente extinto.
Fonte : www.guiadacidade.pt
muito interessante. Apesar de reconhecer a qualidade do trabalho fotográfico, apreciei ainda mais a qualidade do trabalho pesquisa.
ResponderEliminarNão seria possível incluir nos seus posts as coordenadas do local ou o link para o google maps?
muito obrigado
Concordo com o Mike. É logo a primeira coisa que me vem à cabeça: "onde é que isto fica?!"
ResponderEliminarAntonio Camarinha soldado do ano de 1988 de alcabideche ja nao vou ha 22 anos vi estas fotografias e estou escandalizado com os maus tratos que as peças 23.4 tem e assim o nome desses canhoes
ResponderEliminarJosé Moreira. Amigo lembro-me bem de ti.Fizeste a recruta na parede???
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
EliminarMarciano Dias Camaradas estive em Alcabideche em 1978 jurei bandeira na Parede dei fogo na fonte da telha , conheci Oeiras , entre outras baterias tenho saudades ,hoje descobri este blogue , mais um outro , fiquei contente ,quero dar a conhecer que fazemos , todos os anos um encontro de camaraadas , que está aberto a todos os camaradas , que estiveram no rac e amigos , este ano o encontro com almoço vai ser feito em , pleno quartel da fonte da telha quem estiver interessado ainda está a tempo marcianodias@sapo.pt
ResponderEliminarpodem ver estas peças na ponta do sal em s.pedro do estoril e na arriba da praia das avencas na parede
ResponderEliminarEx-Furriel José Rodrigues disse...
ResponderEliminarEstive na 2ª Bataria do RAC-Regimento de Artilharia de Costa na Parede de 1971 a 1974.
É com muita pena minha que estejam a fazer esquecer as futuras gerações vindouras daquilo tam belo que eram estas Batarias de Artilharia, porque quem não sabe fica a saber que para além das peças de Artilharia que ficavam no exterior havia os Projectores que estavam nas parias viradas ao mar para iluminar o mar para possiveis ataques, Tuneis c/vários compartimentos para o pessoal se deslocar entre as peças de artilharia e os locais de de calculo de deslocamento dos navios e comunicar aos chefes das peças o local para apontarem e para fazerem fogo.
Se desenjarem visitar um local do Facebook para verem os vários elementos e gerações que passaram por esses Batarias de Costa não o deixem de fazer que é o seguinte: RAC_Regimento de Artilharia de Costa.
Já agora se este local fôr visitado por alguém que por lá passou deixe o seu contacto para depois ser convidado para eventos futuros ou enviem os seus dados para jose.rodrigues.porto@gmail.com
Bom, eu passei por Alcabideche no 1º turno de 1984, estava na caserna do r/c e foi nesta bateria que fiz a recruta. Depois fui para a oficina de electricidade em Oeiras acabar a recruta e a especialidade, fui com um grande amigo de recruta o Carlos Rechena. O nosso chefe em primeira instância era o 1º sargento Roque dos Santos e o Comandante da B.C.S. era o tenente Afonso.
ResponderEliminarPassei o resto da minha tropa e foram 18 meses nos bares de sargentos e de oficiais como cabo responsável .... gostei muito desses tempos, talvez também por ainda ser um jovem.
Falei nalguns nomes porque são pessoas as quais nunca mais as vi, mas teria uma grande alegria se tivesse noticias delas.
Um abraço e parabéns pelo blog.
1º cabo fernandes 1º turno de 84
Eu dei recruta em Alcabideche no 1º e 3º turnos de 1984 e gostava muito de saber onde andam todos os que conheci.
Eliminarsou o pereira do primeiro turno de 1993.foi dos melhores tempos que passei na minha vida tenho saudade desses tempos.no meu tempo tinha o tenente couveiro e o tenente lopes a chefiar a 1 bateria.e com pena minha que soube que tinham desmantelado o meu quartel.ja agora gostaria de imformaçoes sobre camaradas do 1 turno de 1993 sou o pereira de guimaraes. do material de guerra e socorrista.email:bini.nho@sapo.pt
ResponderEliminarPereira...não sei se te lembras de mim...eu era o 1º cabo Rocha que foi para a Fonte da Telha,lembras-te?qualquer coisa vai ao facebook, do regimento de artilharia de costa...
Eliminareu estive em 93 no1º turno na fonte da telha e depois fui para 1ª bateria escola de cabos o resto do tempo na parede 2º cabo Barbosa.
EliminarOlá eu fiz a recruta e especialidade de PCT em Alcabideche no 1º turno de 1988, e depois fiz o curso de cabo em Oeiras onde fiquei até ao final do SMO. Conheci bem todas as Baterias do RAC e é uma pena que os parasitas que tomam decisões neste pais não tenham o mínimo respeito pelo esforço e dedicação de tantos que por ali passaram e deixem degradar um património que no fundo sentimos como sendo um pedacinho de todos nós. Não devemos esquecer que a maioria de nós cumpríamos o Serviço Militar Obrigatório e estávamos ali obrigados, mesmo assim a dedicação e o espírito de corpo era enorme e éramos exemplares como militares.
ResponderEliminarUm abraço especial para todos os artilheiros.
camaradas!telemetrista jose carvalho-desenhador da Direção de Instrução do comando de Oeiras.1983 a 1986.furriel Rodrigues,uma saudação!Pereira,como estas?Não descansaram enquanto não destruíram o nosso amado Regimento.Tanta dedicação para ir tudo pelo cano.Noites inteiras sem dormir, a fazer o BOMBARDEIRO,serviços e guardas!Brio e dedicação!Orgulho de ser Artilheiro!Para deixarem o nosso querido Regimento naquele estado de abandono.Dar importância a quem não merece,é como escrever poemas em papel higiénico,e limpar o cú a causas nobres como a nossa!O REGIMENTO DE ARTILHARIA DE COSTA MERECIA TODA A IMPORTÂNCIA DOS POLÍTICOS DESTE PAÍS !!!!!
ResponderEliminarConhecem alguem que fez recruta em alcabideche no terceiro turno de 1980?
ResponderEliminarConhecem alguem que fez tropa na parede do terceiro turno de 1980?
ResponderEliminarAcabei o meu turno (91/92) nesta Bataria, onde conclui a chamada "Escola de Cabos", com o Alferes Couveiro.
ResponderEliminarParece que foi ontem!!
3º turno 1983 recruta na fonte da telha , especialidade em alcabideche
ResponderEliminargostava de saber noticias da bateria de sao gonçalo em oeiras
ResponderEliminarFui comandante desta nos anos 80, tenho até algumas fotos da mesma em acção. Logo as faço chegar ao blog
ResponderEliminargostaria muito de saber de camaradas 1º-2ºturno1981. sou o 291/81
ResponderEliminarBom dia camaradas. Aqui vos cumprimenta um maçarico da 1ª em 88 2ºturno. De facto, estas imagens até arrepia. Parece o "fim do mundo". O que vale é que tenho boas memórias. Especialmente do maus amigos maçaricos. Dêem Noticias. Abraços para todos!
ResponderEliminarOlá Carlos Fernandes. Eu dei recruta ao 1 turno de 1984 em Alcabideche. Qual era o teu pelotão? Um abraço
ResponderEliminarViva camarada! Ao ler o seu texto é que me lembrei da "revista" o célebre "Bombardeiro! Eu tmb estive na DI e passei por essa experiencia. Algumas ilariantes. Sobre estas ruínas. Até doi. Prefiro lembrar-me do que eram.Um grande abraço!
ResponderEliminarAntónio Cardoso, 2ºt 88, 1bt
Alvadia, 2. Turno de 84, Alcabideche e Oeiras Direccao de Instrucao. Abraco a todos os camaradas
ResponderEliminarSoldado Marques
ResponderEliminar1°turno 1987 fui um tempo bem passado bom camaradas que não sei de nenhum, penso que essas peças se não estou em erro foi o último ano que fizeram fogo que estrondo,
Se alguém desse turno se lembrar de mim responda