Foi uma das ruínas mais incongruentes que fotografei. O espaço onde está inserida é paradisíaco, bem no coração de Lisboa com uma magnífica vista para o Tejo e uma fantástica mancha verde em seu redor exóticamente arboreada e com uma selva de capim que fácilmente se pode considerar uma savana. Toda a propriedade está inteiramente devoluta e tem uma generosa dimensão ... é mais um caso de mau aproveitamento urbano, desleixo arquitectónico e crime de lesa património. Não encontro nenhuma razão válida para explicar o abandono desta propriedade, além de estupidez e inacção...
Soube da sua existência pela lista do património municipal, localizei-a no Google Earth e fui visitá-la...a propriedade além de ser murada está também entaipada, mas encontrei um pequeno buraco numa parede de tijolo, onde a custo me consegui introduzir. É uma estrutura fotográficamente difícil de enquadrar pelo seu tamanho e pela vegetação circundante que abraça este palacete, além de ter sido uma das ruínas mais perigosas que fotografei.
Todo o edifício ameaça derrocada a qualquer instante, há um poço a céu aberto no jardim que pode ser uma armadilha para algum incauto, além de que é habitada por alguém que tive a sorte de não me cruzar...nunca se sabe quem vamos encontrar e ninguém me viu entrar, por vezes arrisco a minha integridade física para aumentar este trabalho, costumo ser consciente das minhas atitudes, porém nunca tenho alguma garantia que a coisa corra pelo melhor....mas valeu a pena...
A Quinta do Monte do Carmo situa-se em terrenos desanexados da antiga Quinta do Saldanha, na Rua do Giestal 53. O palácio foi mandado construir por Alfredo de Albuquerque já na primeira década do século XX, que concebeu um conjunto residencial de influência francesa, com um corpo central avançado e dois laterais mais elevados com mansardas, são um curioso exemplo de revivalismo romântico numa propriedade suburbana.
O interior desta moradia encontra-se, infelizmente, em muito mau estado, assolado por vários incêndios e pelo abandono geral do monumento. No pequeno jardim que se desenvolve posteriormente conserva-se um nicho de fonte com cascata, último elemento do que terá sido o rico jardim da quinta.
Trabalho extremamente interessante,belíssimas fotografias.
ResponderEliminarParabéns
Adorei este local, muito interessante! como chegar la?
ResponderEliminarobrigada