Desde há muito que conheço esta capela, e como podem calcular estava já para a incluir nesta colecção, aguardava apenas uma boa oportunidade para lá ir.
Hoje além deste monumento, voltei ao forte do Abano e ao Palácio Restani para tirar partido de melhores condições de luz...resultou numa boa aventura e em material para os próximos posts...
É de admirar como numa autarquia que foi contemplada pela UNESCO como património da humanidade, se podem encontrar monumentos neste estado...
Edificada em meados do século XVI e acrescentada no século XVII, em local de culto que remonta ao tempo dos visigodos. A Oeste do monumento existente actualmente no local situam-se evidências dos alicerces da primitiva ermida de provável origem medieval (séc. XII). Supõe-se ter sido fundada por Pêro Pais, companheiro de D. Afonso Henriques.
Terá sido deliberadamente demolida para dar lugar à nova ermida, de maiores dimensões, o actual templo, em finais de Quinhentos. O documento mais antigo a ela referente éa carta de doação passada por D. Sancho I ao eremita Pedro de Cintra, em 1192. O eremita Pedro veio a recolher ao mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, por aqui não lhe ter sido possível encontrar a tão desejada solidão. Por morte deste passou para a alçada do Mosteiro de São Vicente de Fora, até1834, data da extinção das Ordens Religiosas em Portugal.
A história da ermida de S. Saturnino está profundamente ligada à capela de Nossa Senhora da Peninha. A reconstrução desta capela empenha pessoalmente o ermitão de S. Saturnino, Pedro da Conceição iniciando o ciclo de esquecimento e abandono da ermida. Passada ao estado de abandono no segundo quartel do séc. XVIII, virá a ser habitada, jáno séc. XX. Os caseiros da propriedade habitaram a ermida de S. Saturnino até aos anos 60, tendo sido depois convertida em palheiro.
A Ermida, local de culto das populações próximas, foi intensamente frequentada até finais da Idade Média. Até essa altura o Mosteiro fez sucessivos contratos de arrendamento, na condição de os forasteiros - ermitãos -viverem numa das casas junto à Ermida e tendo entre as suas obrigações “abrir e fechar as portas da Ermida, manter tudo limpo e concertado.
Texto: M Marcelino, C. Carvalho, P. Tereno
é de facto uma pena, não ser recuperada ou pelo menos preservado o que ainda resta.
ResponderEliminarVisitei este lugar hoje e estou sem palavras... Como Sintrense que sou pergunto a mim próprio como é possível a Câmara de Sintra deixar chegar este sítio lindíssimo a este ponto? Um lugar com história e com imenso potencial!
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