segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Moinhos de maré - Seixal
Já há muito que tinha ouvido falar e avistado ao longe estes monumentos, estão localizados na margem oposta ao Seixal e o acesso não é fácil, nem tão pouco está indicado...foi uma vez mais graças ao Google Earth que encontrei o caminho para estes moinhos. São ruínas emblemáticas da região e uma vez mais contam uma história mal acabada, são uns dos melhores e mais antigos exemplos de arqueologia industrial que temos no nosso País. Fotografa-los não foi fácil, pois os terrenos circundantes são lodosos e lamacentos e para ter bons enquadramentos tive forçosamente de "chafurdar" no terreno...valeu bem a pena.
Em 1404, D. Nuno Álvares Pereira doou ao Convento do Carmo todos os bens que tinha na zona, incluindo o Moinho de Maré construído em Corroios. Ampliado no século XVIII, não tardaram muitos anos para ter de ser sujeito a novos trabalhos de reconstrução, dados os danos sofridos com o terramoto de 1755.
Conhecido também por Moinho do Castelo (dado ter estado integrado na Quinta com aquele nome), tornou-se propriedade da Câmara Municipal do Seixal, com o objectivo de ser preservado em funcionamento. Após obra de recuperação do edifício e de reabilitação dos sistemas de moagem, foi aberto ao público em 1986, como núcleo do Ecomuseu Municipal do Seixal.
A partir do século XV, os Frades Carmelitas promoveriam a construção de novos moinhos: o da Raposa (junto à Torre da Marinha), o do Galvão, do Capitão, da Passagem e da Torre, todos defronte ao Seixal. Na margem esquerda do rio Coina, outros se ergueram: os dos Paulistas (velho e novo), o do Breyner, o da Palmeira, o do Cabo da Linha e o do Zeimoto.
Com o terramoto de 1755, como todos os edifícios da região de Lisboa, também os moinhos de maré sofreram grandes danos e ruína, sendo certamente sujeitos a alterações durante a sua construção.
Com vista à salvaguarda dos moinhos de maré existentes no concelho, a Câmara Municipal do Seixal apoiou e promoveu a sua classificação, enquanto património cultural edificado. Para além do de Corroios, a Autarquia é proprietária do Moinho Novo dos Paulistas. No Moinho de Maré de Corroios, às actividades ligadas à própria moagem, juntam-se exposições temporárias e outras acções relacionadas com as temáticas de estudo e de divulgação do Ecomuseu, incluindo as que contribuam para a valorização da zona envolvente, de sapal, que se integra na Reserva Ecológica Nacional.
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