sábado, 7 de novembro de 2009
Ruínas de Aguilha - S. Domingos de Rana
Foi a primeira vez que fotografei uma ruína, embora não estivesse ainda a pensar neste projecto... tinha comprado a minha primeira Hasselblad e estava mortinho para "dar uns tiros". Visitei este palácio e senti pela primeira vez "os fantasmas" e as memórias perdidas destes espaços abandonados, fiquei emocionado...
Mais tarde voltei para a incluir no "Ruin'Arte" e tive oportunidade de falar com o proprietário, que acusa a camera municipal de não o deixar avançar com um projecto de reabilitação... o mais bizarro é que a mesma camera permitiu a construção de um hipermercado no terreno adjacente...
A Quinta da Torre de Aguilha consoante os registos do livro da igreja de são Domingos de Rana existe desde finais do século XVI e pertencia, antigamente, à condessa de Camarido Maria Isabel Freire de Andrade e Castro, 2ª condessa de Camarido, que a vendeu a uma família inglesa, os Norton, os quais a transformaram numa granja D. João V e a enriqueceram com um imponente e luxuoso palacete, sob os planos e a direcção do arquitecto Rebelo de Andrade. Domina o monte no alto da quinta, com seus varandins, seus torreões,seus telhados pontiagudos. Casa moderna, casa cómoda, mas de aparência antiga e solarenga. Goza da fama de ter sido construída no local dum antigo convento, cujas paredes foram aproveitadas para a obra nova. Mais Tarde foi comprada pela Congregação do Espírito Santo em 13 de Junho de 1948, tendo a escritura respectiva sido feita a 13 de Outubro do mesmo ano.
Em 1950 foi colocada e benzida a primeira pedra, para a construção do actual seminário, que se encontra numa parte dos terrenos, pelo cardeal Cerejeira, no dia 8 de Dezembro de 1950, com a presença do Dr. Agostinho de Moura,superior providencial, e do comandante Sarmento Rodrigues, na altura ministro do Ultramar. Actualmente o luxuoso palacete encontra-se totalmente em ruínas e em seu redor foram criadas algumas plantações para aproveitar os terrenos férteis daquela quinta
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Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarVejo este palacete da minha janela, mas não lhe conhecia a história!
ola, estou a fazer um trabalho para o meu curso e precisava de autorizaçao para aceder ao local sabe onde a posso arranjar?
ResponderEliminarobrigado
André silva
Desde pequena que vejo estas ruinas e tantas vezes falei em comprar e transformar esta quinta num hotel, turismo rural, quinta pedagogica, enfim 1000 projectos que permanecem na cabeça. Pena deixarem cair tudo isto, mas os jogos de interesses vêm sempre ao cimo. Bem Haja
ResponderEliminarÉ um edifício magnífico! Pena que esteja condenado à pena de morte! Se eu pudesse adquirir finaciamento para o transformar em hotel, pousada ou algo do género...
ResponderEliminarEu e os meus amigos de infância costumávamos entrar à socapa no celeiro da quinta para irmos saltar do 1º andar para um monte de palha que havia no piso de baixo... Há 40 anos, quando à volta de São Domingos de Rana era praticamente tudo quintas e terrenos baldios.
ResponderEliminarFoi nesta quinta que eu praticamente passei a minha infância, ajudando o sr. Abel e o"Irmão" Moisés com uma máquina de vácuo, na ordenha das vacas e no retirar do estrume; mas o que eu mais gostava era de acompanhar o "irmão" Tomé, no trator, quando íamos recolher os fardos de palha ou lavrar os campos circundantes. Isto até ao dia em que se deu o incêndio que destruiu por completo o casario da quinta, na altura, incêndio que segundo me constou, foi provocado acidentalmente, quando o sr. "Zé dos Ovos" (pessoa responsável pelo enorme galinheiro que tinham do lado de baixo da estrada que dava serventia à quinta), seguindo-se o abandono progressivo das atividades rurais e pecuárias da quinta. Não sei dizer ao certo em que ano ocorreu o incêndio, mas penso que tenha sido Há cerca de 42 ou 43 anos, pois era um miúdo. Lembro-me perfeitamente de todas as pessoas que habitavam a quinta, até de alguns rostos e é com enorme nostalgia que relato estas vivências. Tinha muito mais para falar à cerca daquele espaço, por exemplo nessa altura não se comprava leite em pacotes, nem tão pouco em garrafas, íamos à quinta com uma cafeteira ou uma vasilha comprar o leite, que era vendido à tarde, logo após e, durante a ordenha.
ResponderEliminarE que mais nos pode contar acerca da casa? Recantos, locais especiais, biblioteca, as próprias pessoas, a vida que tinha nessa
EliminarQue interessante
ResponderEliminarNos anos 80 eu e muitos mais andávamos no ciclo preparatório que era na Torre da Aguilha, uma parte do seminário novo que foi cedido á junta de freguesia de São Domingos de Rana porque na freguesia de São Domingos de Rana havia naquela altura muitos miúdos e não haviam escolas como hoje, e falava-se na escola que na Torre da Aguilha velha (esta das fotos que ardeu) que existia um túnel até ao cemitério de São Domingos de Rana, e esse túnel que tinha sido feito pelos padres ou monges que lá viveram há muitos anos e a finalidade desse túnel era para o caso de um assalto ao convento, um ataque ou outra coisa quem lá vivesse podia fugir sem ser apanhado. É certo que muitos de nós miúdos entre os 10 e 14 anos fizemos algumas tentativas para descobrir o mistério, mas nunca conseguimos entrar porque estava lá sempre alguém e nós fugíamos sempre.
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