quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O teatro Tália



Este teatro poderia ter sido perfeitamente o museu da música que está instalado na estação do alto dos moinhos...poderia também servir para conferências, exposições, ou qualquer actividade lúdica e cultural, quer do Ministério da Ciência e Tecnologia, quer pela parte do Jardim Zoológico, daria também uma excelente casa da música, tendo em conta as condições acústicas que estes espaços têm. Chamou-me a atenção pela primeira vez que visitei o palácio das Laranjeiras, uma vez que fui fotografar um dos locatários que lá tinha gabinete, fiquei perplexo com o estado em que se encontrava...e encontra...este teatro é um encanto de arquitectura neoclássica e completamente desconhecido pela maior parte dos lisboetas...soube que o ministério que o detém ficou com a responsabilidade de o restaurar à mais de vinte anos, mas infelizmente o orçamento que dispõe, só deu para os automóveis do augusto elenco que o compõe...tempos difíceis estes que atravessamos...



O Palácio Farrobo, mais conhecido por palácio das Laranjeiras, está edificado na Quinta com o mesmo nome, onde se instalou, em 1905, o Jardim Zoológico. A par do Palácio que ficou memorável na história elegante dos meados do século XIX, ergue-se, num dos lados do grande pátio quadrilátero, o famoso Teatro Tália, da autoria do Arqt. Fortunato Lodi que data de 1820.



Aqui se estreou «Frei Luís de Sousa» de Almeida Garrett e subiram à cena 18 óperas entre 1834 e 1853. Óperas dos mais afamados compositores, tais como os maestros Jordani, António de Coppola e Ângelo Frondoni, que vieram para Lisboa quando o 1º Conde de Farrobo era empresário do Teatro S. Carlos. Do último, que foi professor no Conservatório, chegou até nós o hino da «Maria da Fonte», que várias contrariedades lhe causou.
Rudimentar na sua primeira fase, o Teatro foi reedificado e iluminado a gás em 1842, o que constituiu uma grande inovação para a época e na capital.




A morte da rainha D.Maria II, que frequentava com regularidade a casa do Conde, veio interromper, por algum tempo, a vida social e artística do Palácio.
Em 1856 ainda foi reaberto o Teatro, com ópera italiana e comédias em português e francês. No entanto, a 9 de Setembro de 1862, um incêndio casual, motivado por descuido de uns operários, consumiu totalmente este pequeno templo de arte. A sua reconstrução já não se fez, pois a fortuna do Conde de Farrobo começava a dissipar-se.

texto extraído de pessoalissimo.blogspot.com

6 comentários:

  1. Isto é uma vergonha que vejo há décadas!

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  2. Passei uma vez por este Teatro e fiquei de boca aberta, sem saber como era possivel isto estar abandonado! Até parece que existem imensos teatros como este por Portugal (mesmo que existissem....).

    Já fiz diversos passeios por Lisboa a ver e a comentar as suas ruinas.
    São inacreditáveis! Belas e tristes....

    É bom uma pessoa saber que não está sozinha.
    Muitos parabéns adorei as fotografias e o blog!
    alice

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  3. Atenção que talvez este edifício esteja para ser recuperado. A verdade é que a fachada (a parte visível até agora) está protegida e todo o corpo do teatro está, neste momento, perfeitamente destapado (por força de umas demolições), sendo possível ter uma noção clara da sua forma. Vê-se melhor a partir da Estrada da Luz do que do interior do Zoo.

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  4. passo todos os dias por este teatro, estudei numa escola ai perto e agora também trabalho ai perto, e sinto-me satisfeita por ver que estão a fazer obras a este teatro. o meu pai a uns bons anos fez um projecto de reconstrução mas ficou " em aguas de bacalhau"

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  5. Tentei publicar uma foto do Teatro depois de restaurado, mas não consegui. Mas está efectivamente recuperado... :)

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