quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O Bastos...



Chovia torrencialmente quando ia a passar na Av. Infante D. Henrique e vi um velho armazém industrial com um "jardim" no telhado e em avançado estado de degradação. A sua vermelha cor de tijolo burro contrastava com o verde garrido da "horta" sobre telhas, era uma imagem a registar. Dei a volta e estacionei o carro, assim que saí com a camera em punho, recebi um aceno amigável acompanhado de um agradável sorriso vindo de baixo da vizinha  e centenária figueira. Era o Bastos, um indigente simpático que me recebeu como um anfitrião recebe um convidado de honra. Aproximei-me e abordei-o com igual simpatia, falei com este meu novo amigo por uns minutos e tentei convence-lo a procurar um abrigo, pois o S. Pedro prometia não dar tréguas nos próximos dias. Ele recusou-se veementemente alegando que ali ele era livre e nunca trocaria essa liberdade por qualquer conforto. Na "sala de estar" encontravam-se espalhadas à sua volta perto de vinte garrafas de coca cola 1,5 lt deixando adivinhar qual era o seu vicio, o Bastos era viciado em açúcar e combatia o frio com calorias e aspartame, dei-lhe 10 euros para "a pinga" e ficámos bons amigos. Sempre que passo por este local tento ver se o meu amigalhaço ainda lá mora com a esperança de tornar a ver esse feliz vagabundo...

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